GabyMoraes

⁠A ampulheta

A ampulheta do tempo
Com seus grãos de areia.
Cada segundo; minuto; hora; ano
Pode ser perdido ou ganhado a cada grão.
Rodam sem parar.
A cada último grão o tempo passa.
Tudo que vi agora é passado.
Não posso voltar atrás, se eu à pudesse parar ficaria presa; paralisada.
Não há nada que posso fazer.
O tempo tem que passar.
Os grãos tem que cair.
E quando chegar o último grão
Estarei esperando...
Para que tudo se reinicie.
Para que tudo comece de novo.
Para que o ciclo continue.
Porque assim é a vida.
O tempo tem que passar.
E temos que vivê-lo...
Até o dia do nosso último grão...
Cair...

⁠⁠Tic-Tac

O relógio da parede não para de girar.
Como minha minha cabeça...
À cada Tic-Tac.
Ecoa em meus ouvidos.
Tão forte.
Dentro de mim.
Em qualquer lugar.
Eu ouço Tic-Tac.
Quebrando o relógio...
Tirando os ponteiros...
Nada adianta.
Tudo o que fica, é esse Tic-Tac.
Eu tenho que aturar.
Mas é mesmo o relógio?
Ou é minha cabeça?
Não sei mais.
Tudo o que escuto, é só esse Tic-Tac.
Rodeada de relógios invisíveis, no meio desse escuro agonizante...
O medo arrepia minha pele.
Será que são minhas horas?
Esse Tic-Tac?
Eu não sei mais.
Tudo o que me resta...está nesse...
Tic...
Tac...

⁠Meu livro

As páginas do meu livro estão acabando.
Fiz tantas histórias...⁠
Só uma folha.
Uma folha...
Como vou usar só uma folha?
Eu quero mais livros!
Eu quero mais páginas!
Eu tenho que fazer mais histórias!
Quero fazer parte de mais histórias!
Minhas páginas não podem acabar!
Vou arranca-la.
À jogarei ao vento.
E então...
Deixarei o tempo decidir...
Se...
Tudo o que tenho...
Tudo o que sobrou...
Tudo o que me resta...
É só uma folha...

Com uma Borracha

As minhas lembranças são tantas,
Mas infelizmente algumas foram esquecidas, com um simples passar de uma borracha...
Há coisas que nem sequer eu lembro mais.
Talvez era pra esquecer.
Talvez eu não precise delas.
Mas eu às adoro tanto.
Minha vida está em minhas lembranças.
Momentos que se eternizaram em mim.
Queria vivê-las de novo...
Mas não posso às trazer de volta,
Porque foram esquecidas...
Com um simples passar de uma borracha...

Estou a me organizar.
Devo escutar minha cabeça ou meu coração?
Será que se eu escutasse com o coração, seria diferente?
Será que se eu escutasse com a⁠ cabeça, seria a ideia mais inteligente?
Será que devo escutar os dois?
E se um dos dois tiverem errado?
E se minha cabeça e meu coração dizem a mesma coisa?
É tão complicado.
É tão confuso.
Mas com ousadia eu sempre pergunto...
...devo escutar meu coração ou minha cabeça?

Foram tantas idéias...
Que nem um de nós escutamos.
Nós os silenciamo⁠s.
E eles com medo de não os escutarem, se silenciaram ainda mais.
Talvez teriam criado coisas incríveis.
Talvez teriam descoberto curas infalíveis.
Mas infelizmente foram silenciados.
Pessoas que nem tiveram a oportunidade de falar suas ideias.
Pessoas que nem tiveram a oportunidade de ter seu nome reconhecido.
Guardaram tudo dentro de si.
E suas idéias;
Suas revoluções;
Suas descobertas;
Nunca poderemos saber.
Porque por egoísmo não queriamos os escutar.
Cientistas; Matemáticos; Filósofos...
Queria saber seus nomes, e suas idéias.
Mas infelizmente se foram, e levaram suas idéias consigo.
E agora o que lhes impedem de falar é estarem a sete palmos de terra.

Oh pétalas que voam ao vento.
Passeando pra longe de suas árvores.
Pela paisagem bela.
Com os seus perfumes fazendo à quem passe por eles viajar.
Oh árvores...
Suas rosas me encantam.

A vida é como uma escada.
Tem suas subidas...
Tem suas descidas...
Cada degrau é um obstáculo.
Se você tropeçar...
Se você cair...
Levante!
Há mais degraus para percorrer.
Há mais degraus para você subir.

Dê amor, e você receberá amor.
Se não receber amor, não reclame.
Não culpe o amor por alguém que não soube te amar.
⁠

Talvez um dos maiores castigos ⁠que nos infligimos seja sacrificar o presente para nos defendermos de todos os nossos medos sobre o futuro quando, na verdade, o futuro é apenas uma suposição e o presente uma realidade.