Gabriel Zazá
O nosso maior problema é deixar a vida nos levar sem saber que as vezes temos que levar a vida. É não saber que o que é bom, que o que nos faz feliz pode não ser o que merecemos. É não saber que merecemos mais, que além do bom existe o ótimo, o supremo, o extraordinário, e que na maioria das vezes a vida não vai nos levar a isso. Temos que lutar, apostar na dúvida, arriscar perder o que se tem para buscar o que se precisa.
No final, hoje, tudo isso gera uma equação muito simples: ela me ama, mas eu te amo um pouco mais, ele te ama, mas você me ama um pouco mais. O resultado é insatisfatoriamente devastador.
Resolvi não insistir, ao contrário, decidi pedir, para que fique longe, para que me permita lhe esquecer. Me permita pensar e guardar um talvez feliz futuro, ao invés de lhe perder em um certo presente incoerente, pensando em um futuro pendente, não real, vago, deprimente.
Sinto falta de um frio na barriga, daqueles que te fazem perder as palavras…
Sinto falta de uma ansiedade, daquelas que fazem as horas se arrastarem…
Sinto falta de um conforto, daqueles que fazem as horas correrem…
Sinto falta de um abraço, daqueles que te fazem respirar fundo e fechar os olhos…
Sinto falta de um sorriso, daqueles que te fazem sorrir de volta…
Sinto falta de um olhar, daqueles que te desligam do mundo…
Sinto falta de um toque, daqueles que te arrepiam…
Sinto falta de um beijo, daqueles que te anestesiam…
Sinto falta de uma pessoa, daquelas que te fazem sentir…
Outros até tentariam, mas eventualmente voltariam ao que os fazia mal antes; não é uma atitude condenável, na verdade é compreensível, na falta de um sentimento palpável até o sofrimento pode se tornar tentador.
O conceito de reciprocidade existe, a única autopreservação que me interessa se refere a nós dois, e por mais que eu saiba das tantas pessoas interessantes no mundo eu quero amar única e exclusivamente a você, por mais ilógico que possa ser. Você é a minha pessoa, você é o meu amor…
Sigo em frente esperando por algo diferente, seja bom ou ruim, mas algo que venha trazer um fim. Um fim que pode ser recomeço depois de tanto tropeço. Não é questão de covardia, o esperar. Quando o abraço dói tanto quanto a distância, simplesmente não sei o que fazer: desprender ou fortalecer? Por agora o sobreviver já me consome em demasia...
Meu altruísmo deseja que você seja feliz sempre... meu egoísmo deseja que eu sempre seja a causa dessa felicidade...
Não temos um apartamento, uma casa ou um lote, não temos um cachorro, um gato, um passarinho, sequer um peixe, não temos nada que nos prenda... A única coisa que nos une é o que sentimos um pelo outro... Então penso que temos tudo, tudo aquilo que vale e que faz tudo valer a pena... Temos o que cabe entre os braços, em um abraço...
É engraçado pensar como muitas vezes as pessoas não tem culpa alguma em nos decepcionar... Afinal de contas elas agem de acordo com o que são... A culpa é toda nossa... Por esperar que elas sejam mais....
Estranho como as vezes a saudade se transforma... se torna de certa forma suportável... ainda dói... muito... porém de alguma forma você se acostuma... não com ausência... com a dor...
De repente me vejo pensando em você, depois de tanto tempo, de tantas idas e vindas, depois de tanto talvez, de tantos poréns, continuo pensando em quem? Em você... Depois de tanto tempo continuo enfrentando as idas e vindas, o talvez e principalmente os poréns... Continuo esperando por você... Não porque quero, porque acho romântico ou qualquer outra coisa... Não acho, não quero e não gosto... Mas simplesmente não tenho outra opção... Meu corpo insiste em seguir meu coração... E advinha só quem meu coração insiste em seguir? Você...
Durante todo este tempo que espero por ti a maior lição que a vida me deu foi: não adianta estar com uma pessoa que é tudo que você quer se esta pessoa não for quem você quer...
Sem querer... sem poder... estava eu a te querer... Mas já passou... voou... porém ficou... quem diria... ansiar por quem já quis asfixiar... beijar quem um dia quis matar... é... talvez o que mais se precisa possa estar no lugar onde nunca olhamos... naquela pessoa que um dia odiamos... naquela pulsação que certo dia cativamos... quem diria que um dia estaria aqui... ao seu lado...