Gabriel Rony
Se a Deus agrada a vida tediosa e repleta de mesmice, acho que vou para o céu, mas com aquele pequeno desejo de ir para o inferno.
Quando eu tiver que partir que seja sorrindo, não quero que minha ultima imagem na terra seja como um perdedor.
Sorte é de quem morre apenas uma vez, tenho morrido constantemente e devo confessar, não é nada agradável.
Era uma comum tarde de domingo e eu estava deitado como de costume mas de repente você me veio a cabeça, senti seu corpo ao meu. Já faz tempo que acabou e eu ainda me sinto um condenado por não saber o que fazer pra te esquecer.
Vamos pagar um analista como fez o cazuza para nunca mais sabermos quem nos fomos, esquecer o passado, e viver o presente e deixar o futuro pra depois.
O problema é que só eram visto com bons olhos os bonitinhos, os estudiosos, os engravatados, os com futuro. Nós éramos esquecidos, deixados pra trás. Ninguém se importava conosco. Éramos a escória.
Os métodos de Deus eu não entendia nenhum pouco. Ô questionava frequentemente. Precisávamos tomar um café e conversar, pra vê se chegávamos a um senso comum.
O problema é que quando você acha a maior parte das pessoas idiotas, e o resto delas você nem faz questão de rotular, você passa muito tempo sozinho. Mas a solidão já não era problema para nós, já estávamos nos tornando até amigo dela.
Ficávamos chapados a maior parte do tempo, as drogas nos poupava do mundo, preferíamos conversar com gnomos do que ter que viver no mundo real. Nós sabíamos como era, e não gostávamos. Era tudo muito feio.
Já usei todos tipos de drogas, mas nenhuma se compara a esperança. A esperança é uma droga alucinógena, te absorve da realidade, te faz viver em um mundo somente seu, é fantástico, seu único defeito é que a contrario das outras drogas com o passar do tempo vai se perdendo o efeito, não se cria um dependência e sim uma imunidade. Esse é o problema, sem a esperança você vê o mundo na sua forma mais pura, mais sincera e é isso que nos mata. Viver no mundo real é algo absurdo, simplesmente trabalho pesado, um fardo que eu não podia aguentar.