Gabriel Lopes Paixão
Ler é visão
Ler é tão bom
Vale a pena
Mergulhar nas palavras de um poema
Ler é visão
Nos engrena
É o empenho a resolver algum dilema
Visão é um dom
Graça plena
Como ter asas pra voar por onde queiras
Liberta a noção
É centelha
Desenbaraça e engrandece ideias pequenas
No fogo da imaginação
Ler é lenha
Ideias assam e projetam-se em cena
Essa visualização
É a gema
É onde esboça, onde brota, onde drena
Ele é de humanas
Mas a sua poesia
É desumana
Um bicho estranho
Acusado de heresia
E fé profana
Em terra estranha
Em meio a tanta hipocrisia
Acende um plano
Projeto insano
Parece mais uma utopia
De suas façanhas
Seu próprio sonho
É o seu pão de cada dia
Em suas entranhas
Ao sol se banha
E nesse banho de alegria
Ascende o prana
Eu falo as mesmas coisas
Em diferentes formas
Falo de várias coisas
Usando as mesmas palavras
Fermento esses traços
Traço-me a cada forma
Degusto cada timbre
Descubro-me em cada nota
O compasso é requintado
Cada passo tem sua postura
Como o aço bem forjado
Há de ter uma boa cura
A alquimia das palavras
Nostalgia inquieta
Destilando seus deslumbros
Louca mania de poeta
FELICIDADE
Refletiu pelas paredes de dentro do peito
Vibrante e iradiante luz
Psicotrópica
Emanou por todo corpo com afeto intenso
Como brilho cintilante de Sírius
Hipnótica
Um espectro vagante que transpassa o tempo
E nem que por um instante indus
Aclarar a óptica
És amante do viver desde as visitas no berço
Velha amiga exuberante, me conduz
Deusa poética
O acordo era viver
O acordo era viver
Não importa o que ouvesse
O assombro foi esquecer
Como se missão não tivesse
Como se o acaso supusesse
Como se a canção falecesse
Em um submundo logo estavamos nós
Imersos no imundo espelho do algoz
No antro obscuro de uma selva feroz
Reflexos côncavos do lado tardoz
Mas lá no fundo algo ligava os nós
Como um fino fio alvo do seres sós
A chave mestra, a grande porta voz
Chuva maestra, fonte da grande foz
Qual é o nome do meu ser?
Quantos nomes posso ter?
Um nome que alguém me deu
Um nome que eu quero ter
Meu nome quem é você?
Meu ser quero conhecer
Mesmo sem nome
Eu e você vamos ser Um
Logo que te vi
Logo que te vi
Foi como poder algo ouvir
Senti uma certa altivez
Fui logo dando-me a sorrir
Foi o modo que tive
Transpiro de inlucidez
Desculpa, não me contive
Mas não me há culpa desta vez
Queria tocá-la pra fundir
Eu quis cantá-la mas entendi
Que a nossa fala era sentir
E a nossa escala estava em si
Me recompus em melodias
De uma canção que me acolhia
Me equalizei nesta harmonia
Guardei tua luz
Guardei este dia
São meus os meus motivos
Meu querido amigo
Estar contigo é um prestígio
Contigo condigo
Me sinto acolhido
Sua amizade me motiva
Mas...
São meus os meus motivos
Eles estão contidos no caminho que eu sigo
E o caminho
Este que te digo
É de caminhar sozinho
Vás...
Tu também tem seu caminho
Tu também tem seus motivos
Ide além por onde for
Brilhe esse seu brilho
Seja livre meu amigo
Aliás...
Sabes que pode contar comigo
Estarei sempre pertinho
Entrelaçado em espírito
Entre rosas e espinhos
Estarei a todo ouvidos
A nós. .
Paz.
Da serena manhã ao entardecer foi poesia
Lá fora chovia
Lá dentro sorria
Pois ali não havia alma vazia
Ali não se via falsa avalia
Valia tudo que ouvia
Dizia tudo que valia
Contudo sabia enfim que tudo podia
O escudo cedia e assim o estudo fluia
Sem norma exalava tudo que sentia
De forma que não esvaziava a luz que incluia
Sem saber da hora pois não lhe devia
Da serena manhã ao entardecer foi poesia
Como é bom desligar-se do tempo
Ouvir os pássaros, sentir o vento
Dar espaço pra mente, olhar adentro
Ligar-se somente ao presente momento
Escritos são símbolos dos símbolos
Palavras que já foram ditas
O impulso dos êmbolos
É o que se quer em medidas
Sonhos
Desejos
Histórias
Memórias
Vidas distintas de outrora
Em passos incertos na vida
Calculo a fórmula da sorte
Em um vasto caminho só de ida
Sou a bússola que aponta pra morte
Tu me cativa ou eu que me deixo cativar?!
Onde está essa divisa de causa emotiva?!Onde está?
De dentro pra fora emite
Projeta vibrando à compartilhar
Consigo mesmo tramando
Flertando com a essência do que é e onde está
Manifesto meu verso afim que contestes
Te peço que faça testes
Pois o contexto reflete
Um ego que sempre veste
Armadura resistente
É a amargura do descrente
Que em nada crê, sempre ausente
Parece que nada sente
Nadando no inconciente
Perece no presente
Mentindo pra própria mente
E assim sempre descontente.
Já tentei fugir
Mas
Não rolou
Estou dentro de mim
Não posso me deixar
Meu ego
Sozinho
Surtou e foi dançar
Canto enquanto o coração bater
Canto a alegria de viver
Canto pelos cantos sem temer
A vida sempre vai me surpreender
Confias em ti
Quando alguém te diminuir
Não se sinta ofendido
Não pegue pra ti
Não se deixe aborrecer
Não seja rendido
Ser forte é assim
Se não és o que ouve
Deixe que passe aos ouvidos
Firme o mastro do sentir
Navegue neste poder
Não há mais a quem provar
Se confias em ti
“Todas aquelas conversas prontas maquiadas e encaixotadas em MDF
Me dão motivos pra talhar meus versos soltos em tronco de madeira silvestre
Todas essas ideias tronchas quando lavadas perdem a cor
E todo aquele que a elas compram perderam o seu fulgor”
A vida é uma mata
Tem muitos caminhos
Tem mato fechado
Tem trilhas trilhadas
Desbravar não é mamata
A mente fechada
É uma mente brava