Gabito Nunes em Juliete Nunca Mais

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Não quero entrar em longos devaneios, e nem romancear demais, acabando por desenvolver aqueles sintomas tradicionais de quem acha que deve fazer um telefonema, mas não lembra direito do rosto da pessoa com quem quer falar. Muito porque sou um ás em colocar rostos fictícios em corpos de pessoas reais, em repassar na lembrança imagens violentas de um amor inventado, e sempre acabo vivendo todo o romance e sua sequência de fatos dentro da minha cabeça, sem conseguir ver que lá fora tudo ocorre como num desastre em decomposição.

É provável que um dia ela negue que tudo isso aconteceu, negue que foi bom ter acontecido, negue que foi importante, negue que algo mudou dentro da gente, daqui para o resto de nossos dias, a perder de vista. Mas estou lembrando de tudo isso agora, e que sei ela também está, aonde estiver. Mas não importa mais. Algumas pessoas apenas não nascem para ficar juntas, digo juntas-juntas, embora seus encontros físicos sejam bem românticos e inesquecíveis. Vai ver é isso que querem dizer quando dizem que tudo isso é um jogo. Se você foi derrotado, não faz sentido ficar depois assistindo as reprises dos melhores momentos. Só tope jogar se souber perder. E eu perdi. Nós perdemos. Para nós mesmos, ou seja, perdemos para quem a gente é.