Fuxi dya Manda
Esperar
É estar pronto a desencontrar-se
Com a própria vida
E de chagas encoberto,
Achar-se numa esquina a sós,
Aos gritos de um herói que não é mais
Olha por ti próprio e busca o estilo.
O resto é crer:
Crer que o mundo são os seres dos homens;
Crer que quanto mais fores,
O mundo mais se pinta do teu significado.
Da esperança não pouco se canta;
Mas dela se ouve que se deseja.
Vê-se gente sugar-lhe a seiva
No palavreado linguajar
E o que sobra
É coisa que meus olhos não vêem.
Mas esp’rança eu experimento
No perder meus sonhos
E na agonia de não ter como seguir em frente.
Toda guerra tem um preço
E não tem tabela pronta.
Só quem a compra
Sabe quanto gasta
E sabe, quem é vitima, quanto paga.
O preço do empréstimo
Mede-se na devolução.
O preço da guerra cumpre-se
Na renovação.
A guerra compra-se e paga-se;
É sempre a mesma guerra,
No princípio e no fim!
O homem é aquele que aceita
A loucura da vida,
Vê que o mundo gira ao contrário
E esse viver (fazer-se dos próprios despojos)
É um simples pretexto para não morrer agora.
O poeta não passa de um perdido,
Que foge ao se achar a si,
Para não morrer num simples suspiro
Por se ver encontrado.
[…] Homem, mais e mais,
O mundo deixará
De ser simples mundo
Para se tornar
Em mundo de alma humana.
Desgasto-me com os meus sonhos desfeitos,
Mas tenho para mim que viver é aprendizagem
E morrer é entendimento.
Gosto de pensar que o passado, porque passou,
É para ser esquecido. E dele me esqueço.
Assim, posso sempre ser quem não precisou de mudar-se;
Levar a vida, inocente, sem me arrepender de nada
Porque só agora começo a viver.