Freiya Pavloski
esquece nosso amor, vê se esquece
pois toda dor que tu me causou não se esquece
esquece nosso amor, vê se esquece
esquece nosso amor, vê se esquece
pois toda mentira que tu me contou não se esquece
tu viu cada canto de meu ardor
esse teu olho não tem mais inspiração
teu olhar só me inspira aflicão
o fizeram
profanaram meu decrépito cadáver
não basta os vermes terem o permeado
agora hei de ser profanado
me vi jogado as ruas
marcado por solas de sapato
espalhado o mal
não há o que ser racionalizado Pensado foi simples
matar-nos antes que ele nós mate
sinto meu coração saltitar
toda vez que recebo teu olhar
sinto em mim um apertar
ao final só desejo perambular
afim de relembrar teu amor
nas vielas sujas das ruas
tanto quanto sacrossanto
enquanto se apresenta no espanto
entanto eu visto o manto
que reside em nosso recanto
canto este que nega todo meu pranto
esbanjo em meus banhos e seus acordes
amor do tipo "acorde"
desperte em si o asteroide de paixão
que vicie seu coração
como minha mente em um opioide
todo dia é dia de minha amada
e no raiar da alvorada
da tão bela alvorada, a mistificada
trazida aos ventos minha alma a incorporou
e apercebeu se baleada
quão dolorida está, até arde
mas isso não me abate
mas não me esqueço
meu amor, eu te digo
eu te amo, amo tanto
quanto a fé ama o pecador
em meu saltita uma dor
uma dor que se reconhece como amor
como diria Jorge Ben Jor:
"morrendo, morrendo, morrendo, de amor por você"
"como acima, assim abaixo
como abaixo, então acima"
parafraseando a tábua de esmeralda
a tão vangloriar, hei de ser eternizada
como tu será, você de certo viu
como ao meu peito teu amor se infundiu
então o abriu, e lá permaneceu
em sua estadia floresceu
por isso falo eu:
o cometa vem raiar
transbordar todo meu adorar
Morrendo, morrendo, morrendo de amor por você
tu não vê? Não observa atenta ao meu olhar?
o atencioso e belo fitar
que nele expõe meu amar
devo parar? devo evitar?
antes a planta morra de tanto molhar
do que, ao negligenciar
se veja secar
que de mim suspeite, duvide
pense que forneço alpiste
imagine o que quiser
até que desejo te ludibriar e despistar
te iludir, fazer de boba
para te tratar como tola
mas que nunca deixe de cogitar
no meu ardente prezar
O teu olhar, mas que belo olhar!
fez minha alma quebrar-se
e meu coração refratar-se
e meu peito subodinar-se
ah, eu preciso tanto amar-te!
num quarto quadrado
repleto de quadros
marcado por homens amordaçados
todos travestidos de veados
retratados por abstrato
de Marcos, ou Marcola, a Leonardo da Vinci
afinal, somos todos macacos
mencionados por seres vivos
vestidos com tecidos de substrato rodados
vedados, porém violados
por algo que se passa por sacro
nichados aos mercantilizados
levados para serem capitalizados
armários de preços inchados
estes atos que são normalizados
visto como saudável e viável
os imensos veem como irreversível
os funcionários são infantilizados
os grandes olham e dizem "usável"
inegável que a forma como hoje é chefiado
é simplesmente condenável
queria ser o tal do "opaco "
não parecer este caco
até posso ser um cacto
machuco todos que vem ao meu aperto
aquele se aproxima ao meu leito
só sente decepção no peito
até parece que levam paixão
para o frágil coração
apenasi minha maldade e perversão
talvez eu me tornei de fato essa versão
retribuindo toda essa rejeição
talvez caiba um pouco de aceitação
cada som arquejado
causado por toda dor
traz consigo um garoto levado
marcado pelo amor de um louco
corroído pela doida ideia
de ser conduzido por um coração
levado para a ascenção
através de outro coração
há venenoso dardo que foi
ornamentando por um cara falso
que de certo é um pretensioso bardo
desviado por falsos méritos
mentiras de um tom raro
ele diz ser dono de 500 cavalos
que mentira! se muito tem um aviário
adornado e mobiliado por ossos
retirado dos mais vazios mortos
raspados pelo erronêos lados
atirado a um feio poço
tomado por heróis martirizados
todos sacrificados
pela honra de homens desonhorados
me vejo neles
que fui tentar ser amado
por algo tão desalmado
queria eu desenhar
poder os elementos amarrar
que sozinho ao ventos não são nada
só sei amar, ainda aprendi errado
mas nem isto consigo consumar
talvez saiba escrever
talvez saiba bater
Mas, frustar-me hei
sei o que me fez ser
ou, simplesmente, não
me enlaço nessa confusão
demonstrado como uma pessoa rasa
essa carcaça morta me abraça
o corpo de um homem
mortopelo ego
procuro em cadamomento no luar
um brilho tão avido quanto teu olhar
não importa quanto venha a observar
nunca irei me cansar
pois sempre lembro de ti
te amar é carregar um duro pesar
de não poder consumar o acariciar
queria eu poder te curar
com cada afago, beijo
com meu fitar meigo
sou um mero leigo, longe do clero
e daquela que aquece meu coração
com a paixão
vou tentar achar em outro lugar
o que me fazia feliz amar
vou ter que me durar
lembrar de nós me faz lacrimejar
mas devo te obedecer
pois quando tu disse para esquecer
eu tive que da memória te perder
para não te vender a tristeza
que vai te adoecer
sei que isso vai doer
entender isso vai me corroer
eu sei que parece doido escrever isso
mas, vamos tentar denovo?
escrevo isto parecendo um morto
um corpo farto de ser inútil e gordo
prometo, eu não mordo
não tão forte como um canicorso
apenas choro como um louco
talvez isso te assuste um pouco
mas isso é só para ver
o nosso relacionamento
como o velho novo
com tanta dor escrevo sobre o amor
aquela vermelha cor
que me traz um agridoce licor
esse ardor de tão misto sabor
que traz consigo o martírio
tendo nisto visto
o arcebispo do flagelo
que se reconhece por martelo e prego
que mesmo se constar como dolorido
ainda se deseja por perto
hoje é uma bela páscoa
preciso de nada
para encontrar o prêmio
nem mesmo um mala
até porque achei uma beleza nata
por acaso, eu já te informei?
creio que nem te contei
mas lindeza que me refiro é a tua
nunca te vi sem maquiagem
mas mesmo "crua" deve ser linda
do tipo que Da Vinci pinta
É cansativo, mas vou ter que arruinar tudo denovo
ah inútil esforço, saber que vai acabar no mesmo molde
miro na personalidade de Travis
interpretado por de Niro
agravado na solidão
arruinado pela moça dos olhos claros
um enorme marco
símbolo do meu fracasso
Mas eu mudo, não fico irritado
apenas desalmado
sou apenas um grava erro
uma forte decepção
as vezes queria largar tudo de mão
infligir o mal parece catártico
sou a gigantesca aflição
te digo as mais belas mentiras
dignas de jornais
aquelas pequenas tiras
dizer que é feia como monalisa
você deve pensar "ele me analisa"
sim! eu queria te compreender
entender o olhar que me conquista
que bobo! é só mais uma mentira
é para entender essa persona falha
esta que mata a cada dia
eu só choro em casa
você me fez sentir um nada
precisava mentir?
eu te levava como força motriz
tanto você disse planejar
tanto disse me amar
eu era feliz apenas por te conquistar
queria somente poder navegar
no mar do seu coração
que eu acreditava poder tomar
esperava colonizar pela paixão
queria tanto te fazer bem
mas tua alma era de outrem
encoberto pela libertinagem
esse manto de turva margem
amava tanto seu semblante
mas você cobiçava outra imagem
seu peito era um verniz
de boba adornagem
o tanto que te desejei, te quis
mas você era um mera atriz
você e suas mentiras
toda disposição que temos
foi recado da aflição
todo cadáver jogado ao chão
sendo devorado pela paixão
este sentir faminto como um cão
só vai rasgar nosso coração
mas compartilho aos cachorros
muita compaixão
que nefasta visão
por que tem que ser assim?
eu te amei com todo afim de meu peito
é cômico até
acho que devemos todos rir
a toda aflição que me bate
que age pelo abate
que cai e se esvai
cate, mate, aí de mim contrapor
toda dor que se esquece
pode queixar-se
mas isto é o viés de cada viela
que se abate com ela