Frederico Brison

Encontrados 9 pensamentos de Frederico Brison

Se não dói não é amor, e se apenas dói, menos ainda.

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O amor é um jogo onde os dois se ganham para no fim perderem-se.

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O amor inspira e expira, quando não sufoca.

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Eu retorcia a minha alma e a dividia em quase mil pedaços para abrigar a sua, mas você se debatia demais.

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Algumas vezes, dos olhos pra dentro, não há palavra que aguente.

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Por um mundo onde se possa ter alguém por inteiro quando você estiver em pedaços.

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ESTUDO SOBRE A FALÊNCIA DO ESCRITOR

escrever é religião, é seita que se aceita na crença da doutrina de um que doa seus dedos para serem apossados por demônios vocábulos, sempre prontos a te gritar poemas e contos inspirados pela fé que se devota aos santos versados matutinos. eu perdi os lábios pra rezar, deixei de ir pra missa, não cumpri meus votos, descumpri promessas, apaguei a vela, chutei a santa, cuspi na cruz. de tanto falar, fali. e se esvaíram também as palavras, que sem mim, não se manifestam para dar consulta aos olhos que gulosos, enchiam a boca. se sou fome, culpe aos outros, que devoraram ferozmente tudo o que tinha pra comer. sobraram-me dez dedos desnutridos, que de tão abatidos tropeçam nessas últimas palavras, se arrastam lânguidos tentando alongar as frases, florear o caminho que os levarão a solitude.

Frederico Brison.

E ao questionar-me sobre o porque escrevo, inquieto-me pela falta de respostas. E tal fenecimento não é nem ao menos ruim, sendo algo assim, ainda poderia-se dizer que sirvo pra alguma coisa, mesmo que não seja bom. Corro toda noite pra ver a madrugada, corro de mim mesmo, do sono que me adormece enquanto há Sol no céu. O tornar-se claro jamais espera, o escuro é calmo, é paralítico, cego, mudo, a noite é uma criança prematura que o Olimpo aborta do alto antes que amadureça, e de cima despenca pros olhos que contam estrelas, ali morre a noite. O anoitecer é uma morte lenta, venenosa, daquelas em que se aproveitam os últimos suspiros, em que se tecem as últimas palavras, daquelas que nos dá tempo de pedir perdão a Deus ou a qualquer outro bastardo. Amanhecer, não. Amanhecer é bala perdida, é carne cortada, massacre, sangue, é faca certeira no coração. O nascer do Sol mata o tempo, toda gente vive rápido na morte do dia, pra morrer com calma na vida da noite. E é no madrugar que eu morro, faleço em questões memorizadas, me liberto de tudo o que eu deveria ter dito, do calar que me comeu, escrevo! Porque se eu não fizesse isso, não faria mais nada.

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Acontece que quando se é noite não importa o quanto se amanheça, desperto debaixo do sol e caio do sonho anoitecendo os olhos de quem queira ver. Porque é justo e necessário que amanhecer seja isso, dormir ao contrário numa realidade inexistente, descansar entre os cílios do mundo que no abrir e fechar sublime te mordiscam e te arrancam as melhores partes. Que toda manhã seja noite, olhos miúdos que pouco dizem sobre o que são, bocas falsas que desejam o bom sem conhecê-lo, pernas curvadas que se alinham na correria que atropela a vida, amanhecer é noite perdida, é saltar do topo pra dentro de um vazio que nos enche, não amanheça jamais, seja noite, ainda que dia.

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