Fred Elboni
Eu roubo o seu primeiro beijo, peço o segundo, te cobro o terceiro e te convenço a ir para o quarto, beijo.
Me intitulei como burro por testar a profundidade de um rio com os dois pés, mas infelizmente eu precisava ser burro para aprender a não ser burro.
Mas apesar de tudo sempre gostei desse lance de ser um lobo solitário, de trilhar meu caminho sozinho, principalmente quando nem eu sei para onde quero ir.
Quem não gosta de beijos?
Um beijo bom se sente, se entende, se molda… É preciso ter falta de inquietude, malícia e principalmente saber a dosagem exata de safadeza sem perder o nosso carro-chefe, o carinho.
Durante o beijo o gostoso é trocar as rédeas, cada um domina um pouco e adverte o outro que a partir de agora provocar é uma máxima que deve ser levada à risca.
Gosto de beijos que dão suspeita de saudade, daqueles brincados, com direito a mão atrás da nuca, cabelo atrás da orelha, duelo de mordidinhas e a minha melhor barba desbravando o seu melhor caminho: boca até ouvido. Engraçado, mas eu sei exatamente o que você gosta de ouvir ao pé do ouvido, mas como recompensa só quero arrepios, daqueles que se traduzem como “não para” no nosso dicionário íntimo. Você melhor do que ninguém sabe do que eu estou falando e no auge dessa saudade lhe digo com todas as palavras que não existe coisa mais gostosa do que isso. Nem Nutella.
Beijos com segundas intenções, que na verdade são as primeiras.
Gosto de viver essas desventuras em forma de beijos de todos os tipos, carinhosos, safados, contidos, fortes, delicados, envolventes e o mais gostoso de todos, os beijos que não querem ficar somente em beijos.
Então beijos são como os ursos, correspondem e se moldam de acordo com o clima, alguns podem dar vontade de hibernar, já outros definitivamente não dão nem vontade de sair da toca.
Não acredito em para sempre. Não acredito em nada que necessite de outra pessoa para se realizar. Evito entrar no ringue com expectativas, até porque não quero tomar uma surra das frustrações. Treino o suficiente para fazer a minha parte, encarar a realidade de frente, acreditando em sonhos, mas em não utopias. Se nesse mundo eu sou passageiro, porque nós não seríamos? Sou cético, não acredito em meias palavras, até porque me conheço, não boto minha mão no fogo nem por mim, vou botar pelos outros?
Não vou te convencer do seu gostar, as meninices já deveriam ter passado, as meias verdades evaporado, mas a minha paciência se perdeu no meio das tuas indecisões. O seu problema é achar que todo mundo é palhaço e vive a seu bel-prazer. Acorda pra vida, sai desse teu mundinho bolha, ninguém é idiota para ficar perdendo tempo num jogo onde você quer vencer sozinha.
Pare de criar teorias milenares para tentar me conquistar. O que me conquista é você ser você, sem essas amarras desnecessárias, sem enrolações de menininha de dezoitos anos… Estou aqui sentado na porta da tua casa e você aí pensando se vai me responder a mensagem de ontem com um ok ou um emoticon.
Não tenho mais paciência para lutar contra essa “dificuldade” dissimulada.
Gosto de um gostar direto, sincero, sem definições de certo ou errado, sem pesos ou mágoas de relacionamentos passados, onde uma leve dificuldade até atrai, mas o impossível desanima. Gosto do simples, eu e você, sem turistas, quer mais simples do que isso
“Ele diz que me ama, então já posso me sentir totalmente segura, completa e feliz, não é?”
Muitas pessoas são totalmente iludidas e até preenchidas por estas três palavras mágicas e enquanto o cara não te falar “eu te amo”, você fica na dúvida: será que ele realmente gosta de mim? Na minha singela opinião o amor só vira amor quando o outro tem real interesse na sua vida, quer ver sua felicidade acima de tudo, te encoraja para seus medos, te escuta mesmo não querendo escutar, entende mesmo não querendo entender e acima de tudo, respeita.
O amor é uma miscelânea de desejos, vontades, sentimentos, conquistas e para que tudo isso se concretize precisamos de tempo, ouviu bem? Tempo.
“Lá vem você com essa de tempo, conheço ele há pouco tempo, mas já amo ele sim e faria tudo por ele, ok?”
Sinceramente quem sou eu para mensurar o que as pessoas de fato sentem, mas na minha opinião o amor só vira amor após certo tempo de convivência, conquistas e derrotas. Hoje em dia na maioria das vezes falar “eu te amo” não passa de uma abreviação de “ei, estou gostandinho de você”. Acho engraçado que nesses casos em qualquer discussão ou divergência de opinião o amor “acaba” e se transforma em ódio, desinteresse ou revolta. Talvez eu tenha um pensamento um pouco retrógrado, mas ainda acho que amor é quando você pensa duas vezes antes de transformar mágoa em munição.
Parece fácil, é só falar “eu te amo” e já estamos no suprassumo dos sentimentos, eu não vivo sem você, você não vive sem mim, tudo é para sempre, para sempre… Pode até ser bobo, mas no fundo tudo isso só faz com que no final você banalize a tal definição de “amor” e pense que qualquer tesão, paixão, desejo ou saudade possa ser a maior representação de amor do mundo, e convenhamos você sabe que não é assim.
Você sabe melhor do que ninguém que isso passa, que você conhece outras pessoas e depois de tudo isso vê que o tal “amor” nem era tão grande assim. Depois disso você cresce, amadurece, aprende que existem vários tipos de amor, cria expectativas à toa, descobre que o amor não mata, confunde alguns sentimentos e acha que nunca mais vai amar ninguém, aí você lembra que todo mundo passa por isso e você é só mais um(a).
Talvez nem você saiba o que é o amor, talvez o amor seja uma palavra que cada um possa escolher sua definição e intensidade ou talvez o amor seja tudo isso e mais um pouco que ainda não aprendi. No amor não existe indecisão e sim só uma certeza, e se você já amou como diz deve saber do que eu estou falando.
Tapas em forma de carinho, beijos em forma de agressão, tudo trocado, safadeza, delicadeza e intensidade, éramos assim.
Não gosto de ser vulnerável. Não sei se isso é egoísmo por não querer dividir o melhor de mim ou se isso é a imunidade do meu consciente falando mais alto…Não gosto de ser vulnerável. Não sei se isso é egoísmo por não querer dividir o melhor de mim ou se isso é a imunidade do meu consciente falando mais alto…
Quando se gosta sempre vai doer em ambas às partes, mas vai da sua inteligência saber se recuperar. Acredito que não existe caminho melhor do que o amor próprio e a reeducação sobre como viver sozinho. Até porque na minha opinião a sinceridade aliada ao bom senso é a formula de um relacionamento inteligente.
Hora de ensaiar os meus devaneios, olhar para o teto e tentar me reencontrar nas minhas próprias ilusões.
Engraçado ver que mentimos para nós mesmos para nos escoltar dos nossos próprios julgamentos, mas categorizamos qualquer mentira alheia como deslavada.