As palavras são como moedas: uma pode valer por muitas, e muitas não valer por uma.
O muito torna-se pouco com desejar um pouco mais.
Das mulheres, como das outras coisas, usa; não te fies, porém, nelas.
A inveja é assim tão magra e pálida porque morde e não come.
Pode haver punhalada sem lisonja, mas não lisonja sem punhalada.
Virtude invejada é duas vezes virtude.
É próprio das grandes almas desprezar grandezas e almejar mais o médio do que o muito.
Aquele que perde a reputação pelos negócios, perde os negócios e a reputação.
Disse algum mal de ti? Não o digas tu dele, quanto mais não seja para que a ele não te assemelhes, imitando-o.
Poucas vezes quem ganha o que não merece, agradece o que ganha.
O que se aprende na juventude dura a vida inteira.
O gosto de contentar um amigo é um demónio tentador.
Tem-se visto e vêem-se homens que na pobreza são ricos, na perseguição joviais e no desprezo estimados, porém, poucos se contam na boa fortuna ponderados.
Quem julga pelo que ouve e não pelo que entende, é orelha e não juiz.
O avarento mais preferiria que o sol fosse de ouro para o cunhar, do que ter luz para ver e viver.
São curtos os limites que separam a resignação da hipocrisia.
O maior inimigo do bem é outro bem maior.
O nascer não se escolhe e não é culpa nascer do ruim, e sim imitá-lo; e é culpa maior nascer do bom e não imitá-lo.
Todas as coisas estão sujeitas a leis; apenas a necessidade livre carece de lei.
A honestidade é uma cor delicada, que teme o ar.
Muito transforma-se em pouco se se deseja um pouco mais.
O valente tem medo do seu adversário; o covarde tem medo do seu próprio temor.
Nunca melhora o seu estado quem muda só de lugar mas não de vida e hábitos.
Se fazes o bem para que te o agradeçam, negociante és, não benfeitor; cobiçoso, não caritativo.
Feliz serás e sábio terás sido se a morte, quando vier, não te puder tirar senão a vida.