Francielle Santana
Na verdade eu era uma pessoa que acreditava em todo mundo, mas ai quebrei a cara uma vez e duas, três, e percebi que era melhor selecionar bem antes de dar sequer a 1ª chance. Vejo a maioria dos defeitos como uma falta de vergonha na cara. Pode ser resultado de um passado conturbado, e obstaculo para um futuro promissor. Mas quando muito repetido vira s@$@&*¨.
Eu era a garota que se importava com tudo mundo, lembrando que minha mãe sempre dizia que eu não era todo mundo. Logo: não me importava comigo. Mas ainda admiro amizade e todo esse lenga lenga. Algumas raras resistem ao tempo, outras o tempo dissolve. Hoje troquei de lugar. Cuido do meu coração, e do coração alheio. Mas nessa ordem: primeiro o meu. Se ele quebrar, ja era. Amigo pra mim hoje é só uma palavra usada para definir até mesmo o traidor do homem que morreu por mim. Então não escolho muito quem chamar de amigo. Mas escolho quem influenciará minha vida. Há uma grande diferença entre um e outro. Sendo que para a segunda categoria ainda não achei um titulo.
Amo muito algumas pessoas. Mas nem sempre vou estar disponível para atender o celular as 4 da manhã para ouvir uma menina deprimida porque terminou o namoro que metade do mundo já sabia que não ia dar certo. Então, se por um equivoco de personalidade eu estiver do lado de la, em um relacionamento encerrado, terei que engolir o choro e dizer: todo mundo sabia, mas eu não sou todo mundo. Quando vejo minha má vontade em retribuir, percebo que as pessoas podem ser ruins do mesmo jeito. E eu preciso aprender a conviver com isso. Nem sempre vou ter de volta o que dou. Nem sempre vou dar de volta o que recebo. Mas se assim fosse qual a graça? Qual a graça e o proveito da cobrança? Sei que cobro, mas qual o proveito? Já encontrei gente que não merecia um terço do que fiz, e ainda assim faço, qualquer pessoa em sã consciência mudaria. As vezes encontro gente que merece mais do que faço. E sinceramente me pergunto o que me impede de fazer mais. É que quem é de casa ja sabe onde estão os pratos e os talheres. A rotina me impede de levantar e fazer algo que o agrade. Porque... ah, ele ja é de casa. Acho que achei o termo certo. Existem amigos, e existem os de casa...
Sentada no banco do comodismo, encostada na fé alheia e criticando quem nada fazia. Foi nessa situação que alguem me contou sobre voce. Disseram que eu precisava ouvir Tua voz, e ela mudaria minha vida. E foi o que fiz. Saí numa jornada desenfreada atrás desse som.
Te busquei nos muitos amigos, mas não Te encontrei. Não desisti.
Corri atras das muitas atividades, uma agenda cheia. Tampouco falastes comigo ali.
Decidi ir a grandes eventos, onde estão os grandes homens. Mas a grande voz não me tocou como parecia fazer com muitas pessoas...
Comecei a me cansar, parecia tão dificil ouvi-Lo.Busquei uma vez mais nas emoções, sentimentos, prazeres... Mas nada encontrei. Me senti incapaz. Cabisbaixa voltei ao meu quarto, tranquei-me la. Não queria ver ninguem. Indaguei o motivo. Queria mudar. Grande ironia perguntar-lhe porque nao te ouvia e esperar uma resposta. Calei-me. Algumas lagrimas rolaram. E desisti. Foi quando uma brisa vinda não sei de onde me tocou. E como um sussurro ouvir-Te dizer: Estou aqui.
Foi o bastante.
Me falaram sobre voce como uma grande voz, mas pude ouvi-Lo em meio ao silencio.
{1 Reis 19: 11-12}