Franazzi
Irmãos de Glória
Hoje vou contar uma velha história
De jovens amigos da pré-escola.
Quando pequenos brincaram juntos
Dividiram até pão com presunto.
Depois de um tempo se distanciaram
Mas então se reencontraram
Selaram um acordo pra valer
Unidos para sempre,pode crer
Os Dias difíceis sempre virão,
Memórias nossas que ficarão.
Ficou para sempre em minha memória
Jovens amigos nascidos pra glória.
Apenas jovens que só queriam entender
Porque tão reprimidos tinham que ser.
Tudo que buscavam era algo pra fazer
que não ferisse a si mesmo,eu ou você
Balança da vida
A cada dia que passa chego a conclusão
Que tudo tem sua razão e proporção
Que a linha do universo e da realidade
Muitas vezes nos dividem sem piedade
Há quem te abrace e também te rasga
Com sua vitória muito se engasga
Seres que não passam de solo árido
Regadas a inveja e gotas de ácido
Planeta infértil de hábitat arruinado
Egoísmo,veneno,machuca e destrói
Uma vida ,um sonho,tudo corrói
Destino do egoísta é morrer sozinho
Preso em seu ninho,mundo mesquinho
Se a balança da vida você decifrar
A cura pra qualquer ferida irás encontrar
Abraçarás a existência e chamá-la de amiga
Para qualquer criatura tornar-se querida
Honestidade,forte escudo sagrado
Que faz de todos um ser amado
É galáxia, é estrela,brilho da alma
É o toque de Deus em tua palma
O ser arrependido
Arrependimento te destroe e te mata
Em sua mente é um golpe de faca
Sentimento forte ligado ao passado
Muitas vezes haver com um ser amado
Feridas malditas abrem em você
Espalhando dor e culpa em todo o seu ser
Muitos não suportam viver nessa dor
Passam a ver no suicídio uma prova de amor
Sofre todos os dias por tais chances perdidas
Jamais encontram remédio para essas feridas
Passam a vida inteira buscando perdão
Pois das coisas que fez,colheu solidão
Expressões como será?talvez,e se?
Trazem muita dor e tristeza também a ti
Viver sem dúvidas é algo impossível
O talvez é uma droga, elimine esse vício
Remorso,tens odor de erro,desespero e morte
Gosto de Angústia,faz do sofrer um esporte
A vida se desgasta em um triste lamento
Mas se define em um simples momento
O ser ingrato
Ingratidão é picada de cobra
Envenena e apodrece tudo que toca
É o câncer sem cura de muitas vidas
Responsável por diversas dores sentidas
O ingrato não valoriza muito o carinho
Por isso muitas vezes acaba sozinho
Nunca dá valor a quem dele cuidou
Sempre cospe na face de quem o amou
É espada envenenada que tudo corta
É sempre áspero e opaco como uma porta
Ama o cinismo, sua morada é o abismo
É escravo de si e de seu egocentrismo
Sempre fique longe de tais criaturas
Pois sua essência é um mar de lamúrias
Seu coração é um poço sem fundo
Um simples obrigado é avalanche em seu mundo
Primavera Oriental
Em Belos dias de primavera
Repletos de madrugadas loucas de verão
Perco-me a sentir
Que ainda estou vivo então
Nessas manhãs úmidas e frescas
Que olho pelo vitrô da janela
Sonhando com faces,semblantes de solidão
Afinal porque,porque eu precisaria mentir?
Afinal quem nesse mundo não tem medo de se iludir
Lembro-me bem dos seus olhos puxados
Descendência japonesa e semblante oriental
Cabelos negros e franjinha
Primavera oriental
Afinal porque, porque eu precisaria mentir
Afinal quem nesse mundo não tem medo de se iludir
Planeta nunca mais
Bem vindo ao planeta nunca mais
Aqui pingam lágrimas de pontos finais
A terra é negra sem frutos ou flores
A água é veneno de velhos rancores
Neste planeta predomina o eterno
Os laços se foram,só há o inverno.
De clima frio com horizontes nublados
Regado a sombras de tristes passados
De simples criaturas ou meros amantes
Marcados na alma por belos instantes
Aos novos habitantes um simples recado:
“Não há passagem de volta,só um gosto amargo.
Na boca e na pele dos seres feridos
Pela lâmina do orgulho mais um destino é partido”
Vício e Solidão
O vício é uma praga e a solidão mais ainda
Banha-se em um rio de lágrimas,
Sentença que a morte assina
Sofrer vira hobby,
Se não usa a cabeça explode
Fica louco por trocado
e gasta tudo no bar ao lado
O remédio vira irmão,
Fica louco se não está na mão
O isqueiro vira padrinho,
que te abraça e dá carinho
Que no pulmão deixa marca
Da escolha que fez por razão,
A de não levarem a sério
A sua depressão.”
A mais rara das pétalas
“Quem perfuma-se com orgulho
Terás o odor da solidão
A mais doce das fragrâncias é a gratidão
Quem perfuma-se com ela
Torna-se a mais rara das pétalas
Para um coração.”
Motivos para sorrir
Certas coisas me fizeram sofrer
Mas também me ajudaram a entender
Que certas pessoas não merecem amar
Nem ao menos de amigos chamar
E hoje eu busco motivos para sorrir
Não perco o meu tempo
Com quem vive a mentir
Eu passo os meus dias livre a sonhar
Como um poeta que nasceu para amar
Da fruta
Racionalidade,drink de solidão.
Quanto mais dela bebe,
Mais amargo teu coração .
Se com ela se entorpecer ,
Dúvidas irão florescer.
Em uma ilha de pensamentos
Estarás agora a viver.
A mesma fruta que te condena
É a mesma que te liberta
Se hoje teu coração aperta
É porque não fez a escolha certa
Essa tal de saudade
Ela é algo sentido e também sofrido
Agora escute esse verso perdido
De um poeta que pra ti escreveu
Com saudades da flor que perdeu
Te vira do avesso, te faz dar tropeço
Te faz criança cheia de medo
De perder o velho brinquedo
Que já fostes o mais importante
O mais caro ou velho da estante
Não é o que foi, mas sim o que há
Algo tão nobre que sempre haverá
Que não escolhe cor ou idade
Seja tão longe ou da mesma cidade
Nos corta pela metade
Que louca, essa tal de saudade
Tu és inimiga do presente,ferida que todo ser sente
Indubitável sentença, não importa a sua crença
Flashes de Luz
Como uma mentira que não chegava ao fim
Não sei como eu vivi tanto tempo assim
Olhando para o nada tentando enxergar
Uma nova saída para pegar
Esse sonho louco de ser alguém
Um grande homem que vá além
Já estava caído quando chegou
De uma vida de erros me resgatou
Mas hoje eu vim aqui pra te dizer
Esse versinho que eu fiz pra você:
Ás vezes quando nós nos despedimos
As horas e segundos que passamos juntos
Passam em minha mente como flashes de luz
Frações de segundos antes do fim
Tornaram sua partida eterna pra mim
O corpo celeste mais importante
Meu sistema solar de brilho ofuscante
Imponente como os dois anéis de Saturno
A titã que me protege enquanto durmo
Filhos do Cosmos
Corpos que se cruzam na mesma sintonia
Atraídos pela mesma energia
Ondas energéticas que em um feixe de luz
Aquecem dois corpos nus
Estrelas tão belas teu reflexo sou eu
Dão luz a um corpo que nunca foi meu
Nunca foi meu
Debaixo de ti sempre estaremos
Sem uma pista de onde viemos
Fótons e prótons de um ser qualquer
Salvos no DNA de uma só mulher
Poeira das estrelas soltas no ar
Filhos do cosmos sem lugar para ficar
Essa é a dúvida que não há resposta
Só queremos saber quem guarda a porta
De toda luz e de todo saber
Que anseia todo o meu ser
Papiros cósmicos de Alexandria
Erudição de muita teoria
Que a humanidade sentes tanta falta
Obscurantismo hoje muito se exalta
Alexandria apogeu do saber
Que ao mundo antigo trouxe tanto poder
Imensurável poder
Equações orgânicas pretéritas em harmonia
Errôneas carentes de sincronia
Vassalos em débito eterno com o tempo
Sua verdade é apenas um segmento
Fostes sempre o meu seis
Já faz tempo que eu estou perdido
Sozinho aqui nesse paraíso
Ainda não sei porque eu estou aqui
Crendo em um sonho que eu nunca vivi
Vivendo em um trailer de filme sem fim
Daqueles que a mocinha nunca diz sim
Há tantas perguntas para poucas respostas
Nas árvores da vida sempre há folhas mortas
Talvez nunca entendam porque eu devo partir
Pois ser o que sonho não dá aqui
Longe de ti eu terei de ficar
É o maior preço que eu devo pagar
O vento que me leva pra outro lugar
Expresso dos sonhos que só passa uma vez
A mais bela das rosas foi ele quem fez
Das dúzias da vida fostes sempre o meu seis
Fostes sempre o meu seis
Para sempre o meu seis
Já se foi o medo
Às vezes me sinto em um sonho sem fim
Em um novo universo feito pra mim
Palavras que me faziam pensar
Que não há mais vida sem alguém para amar
Momentos que vivi junto da família
Amor que tinham por mim, ideia não fazia
Dos meus sonhos e planos quase desisti
Mas agora vou com tudo em busca do que perdi
Já se foi o medo que um dia eu senti
Vida vazia que um dia eu vivi
Que dos presentes que a vida me deu
Você sem dúvidas foi o melhor meu
Já se foi o medo que a vida parou
Quase apagando a essência do que sou
Que dos caminhos que um dia escolhi
Ser escudo pra quem amo é o que vou seguir
Às vezes perdemos pessoas
Por não estar preparados
Ou por passar tanto tempo sonhando acordado
Laços de família rompem pra nunca mais
Pelo ego doentio dos irracionais
Doce Equação
Eu não sei mais quem sou
Não tenho amigos, pra onde eu vou?
O meu coração já não suporta essa dor
São tantas mentiras um quadro sem cor
Saiba que a vida é uma doce equação
São tantos problemas, uma linda fração
Existem pessoas que só vivem pra ter
E outras, porém já não têm o que comer
Se então um belo dia você os ajudar
Então velho amigo tu és bem-vindo ao meu lar
Às vezes a gente machuca e não vê
Um erro simples faz o outro sofrer
Cada ser vivo ama de um próprio jeito
Ninguém está livre do próprio defeito
O mundo ensina a perdoar quem errou
Afinal porque guardar tanto rancor?
Somos teatros, uma peça, um clamor
Na cozinha da existência, dos temperos tens a dor
O ser egoísta
O ser egoísta só causa mal-estar
Todos que o rodeiam dele tem algo a falar
Escondes até lixo por medo de dividir
Jamais deixa alguém sem o ferir
Manipulador e muito avarento
A dor do outro é seu suprimento
Dissimulado, retrato do ingrato
Exalas enxofre, imundo como um rato
Suas veias correm lama ao invés de sangue
De palma movediça como um mangue
Resume-se a esgoto de pura água suja
Criatura tão podre, é melhor que dela fuja
Se tiveres o desgosto de na vida o encontrar
Olhos abertos pra esse abismo não o sugar
Com mil passos a frente terás que agir
Para que o seu veneno não o possa atingir
Toda família tem essa criatura
Que enquanto te afaga, ele mesmo te fura
Obscuro como trevas, peçonhento como cobra
Até de mesa farta lhe oferece sua sobra.