Flah Queiroz
Detesto jogos de amor. A palavra jogo sempre implica que alguém vai perder. E esse alguém, invariavelmente, sou eu.
Já feri pessoas que mereciam um pedaço do céu, mas não posso me entregar ao inferno por isso. Me perdoem, mas já me perdoei.
Fica combinado assim... Não te cobro e você não me cobra. Sem dívidas, sem troco. Gostar sem pagamento.
Ando tão absorta em mim que nem vejo as pessoas saindo e entrando da minha vida. Fica se quiser. O que uns chamam de egoísmo, chamo de paz.
Nunca fui boa em fazer escolhas... Tenho imã pra desastres, janelas quebradas e corações partidos. Um eterno tilintar de vidro quebrando.
Cedi a nossa música. Música de expulsar demônios, cerrar os pulsos, jurar que não, não, não. Que contradição. Tardei, mas cedi.
...E ela usa o amor como cortina. Ah! Ela usa o amor como tapete. Se esconde embaixo e por trás dele.
Quando o amor abre os braços, a gente simplesmente abraça. Não há outra possibilidade, não tem para onde correr.
Sentir ciúme é cortar os pulsos. Os nossos? Claro que não, os do amor. O mesmo que nos recebeu de bracinhos abertos.
No momento estou providenciando curativos. E você?
Nada é eterno. Suas dores não são.
Não sinta demais, menina. Vá por mim, não se exceda.
A ansiedade te afaga os cabelos apenas para ganhá-la, mas é gatuna, essa danada. Quando você menos esperar, te dirá o que fazer e te tratará como marionete.
Ouça o que eu digo: não sinta demais.
Ame sem pressa, largue mão das expectativas e não deixe que os problemas te angustiem além da conta.
Vai, menina. Seja feliz!
...E quando souber como fazer tudo isso, me mande a receita.