Fidel B.
Teu nome completo
Se forma com flores
Num fim de tarde
De um verão profundo,
Um beijo adoçado
Com cores tão vivas
Fizeram o sentido
De toda minha vida.
Ah se o mundo soubesse
O quanto te amo…
Sinto sem saber
O instante da magia
E o orgulho da alegria
Sem querer
Observo atentamente
A brancura da paixão
Nos cantos do coração
Levemente
Beijo a tua boca
Com razão de liberdade
E penso, na verdade:
Vido louca
Invento a melodia
Do conto que me conte
Seja em plena noite
Ou dia
Banho o oceano
Como cores num coreiro
E declaro ao mundo inteiro
Que te amo
Ainda que amar seja pecado
Ainda que chorar seja um crime
Pelas noites nubladas ‘inda vago
Esperando que alguém me anime
Ainda que os amantes sejam tolos
Por terem seus olhos vedados
Ainda esperam encontrar consolos
Onde nunca foi procurado
Ainda que faço da vida um jogo
Onde o sinistro mistério do amor
Aos poucos se revele
Ainda vejo chama em fogo
Esperando ser consolado
Por teus lábios, Emanuelle
Os teus Poemas
São muito mais do que profundos os teus poemas
São imagens na água, nas ruínas
São malditos. São perfeitos.
São feitos por mãos divinas
São cósmicos, são rarefeitos.
São palavras que mordem, que têm efeito
é a falta de palavras nas próprias frases
é o que dizes ou o que fazes
é o olhar quase desfeito
Ilusão insana
Me sinto só, porém amado
Nessa distância que temos que merecer
Como se as flores renascessem a cada noite
E o orvalho fizesse o pranto umedecer
Me sinto só, porém eterno
Em cada instante que pensaste em como estou
E se as estrelas reluzissem em minha alma
Cada beijo que meu beijo comportou
A vida é louca entre mistério e ilusão
Louca de tudo. Vida tão só…
Ausência
Sem você eu não viveria
A lua não teria mais cor
Não seria do pranto a dor
Nada é. E nada seria.
O amanhecer não seria tão belo
E de seus olhos nada teria
Nem lembrança, nem fantasia.
Nem o astro-rei seria amarelo
As cascatas de minha poesia,
Suas letras, suas rimas
Não seriam nem meninas
Sem você eu não viveria.
Caminho triste
Surge o vento com um som esbelto
Roça minha garganta um suspiro selvagem
Enquanto a noite passa cortando o silêncio.
Traço alguns desejos que reluzem teus olhos
E então… outro suspiro.
Lenta respiração direcionando a pulsação de um coração triste
Perdido, louco, sereno
Totalmente sem sentido meus passos voltam ao tempo
Sem razão, sem sentido, sem nada.
Surgem todos os galhos que se debruçam no chão
Pelas noites desertas e escuras
D’onde vago também sem direção
Trovoes rasgam e ofuscam a visão
Cegam seus próprios olhos, pois não têm amor
As flores rastejam pelo chão dos jardins
Cheias de dores
Por serem apenas flores
Limite do sonho
Em cada som ouço teu nome
Nas canções suaves, tão lentas
Cheias de amor em cada rima
E tão completas de saudade.
_ O que pensas tu,
se tão distante me tens,
se tão distante estamos,
e só tenho-te em pensamento?
Cada instante é temido
Sem teus braços e teus beijos,
E até teus olhos refletindo
Cada chama desse amor
E cada sonho desejado.
Sou só silêncio
Calando a madrugada
Em cada verso morto
Lacrimejado de palpite.
E por que temer distância,
se para o amor não há limite?