À beira do rio Faço barcos de papel E parto à descoberta da foz
Como trapezistas de circo ambulante Oscilamos pendularmente Entre a alvorada e o poente
A voz dos poetas É sempre um vento selvagem Fabricando ecos
Como garimpeiro vigilante Importa saber Quem transporta o ouro
O amor é um jogo de xadrez Nos olhos feitos de vento Inventando a primavera
Subi sem asas Ao alto da torre E agora apetece voar
Moldo na lama argilosa As mãos do adeus Que endurecerá em barro
Semelhante à terra arável O corpo desfaz-se Restando a verdade do chão
Quando quebramos os espelhos Passamos a ser vidro Em fragmentos de nós
O dente do siso E o sexto sentido So se revelam com a idade
Ajude-nos a manter vivo este espaço de descoberta e reflexão, onde palavras tocam corações e provocam mudanças reais.