Fernando Freire
NUNCA CONHECI O AMOR
Nunca conheci o amor, pois o amor é recíproco, não se cria, inventa ou se busca, simplesmente chega até nós de forma surpreendente, pois é Divino e transcendente, pois se fosse meramente por esforços há muito o teria encontrado! Já amei, me dediquei e me entreguei, mas não era amor, eram ecos ressonantes voltando sempre vazio até a mim, quão terrível cacofonia essa, do desiquilíbrio entre o dar e o receber.
O divino do amor é a iluminação que as maiores dádivas estão ao nosso alcance e ostentadas na simplicitude e no coração quebrantado, já rendido pela autossuficiência e pela a necessidade de pirotecnia e emoções volúveis. Embora ainda não o tenha encontrado, já sei pelo menos como ele deve vir, pois exauri os caminhos tortuosos que sempre me levavam a sentimentos de autonegação.
Para que esse isso ocorra, primeiro devemos nos amar e nos respeitar profundamente, pois sem isso perdemos a autonomia e delegamos a pessoas descompromissadas com essa busca sincera com efeitos sempre desastrosos nas nossas vidas!
Essa é a nossa responsabilidade, da mesma maneira que um abismo chama outro, nosso amor irá inevitavelmente clamar por outro, e será ouvido e atendido pelas forças insondáveis que nos permeiam e nos rodeiam a todo momento, pois não estamos sós!
Que a maldade do mundo não apague jamais
a esperança,
que existe no brilho sincero
do olhar de uma criança