Fernanda Torres
Os 40 anos são uma idade de muita completude, ao mesmo tempo em que dá para enxergar a curva da vida. Você entende que o tempo passa, e passa rápido, então é uma época de muita felicidade e compreensão da mortalidade. Porque, aos 20 anos, você é imortal.
Aprendeu, desde cedo, que o mundo é injusto e que toda grande alegria antecede uma tragédia maior.
O artista não é especial coisa nenhuma, o artista é como todo mundo. Quer telefonar para Deus e não sabe o número.
Depois dos setenta a vida se transforma numa interminável corrida de obstáculos.
Andar deixou de ser um ato inconsciente. vigio os passos , os joelhos, mantenho a atenção na rota , tudo dói ,pelas razões mais diversas! Livro : Fim
A Adolescência destruiu-lhe graça , à escola inocência e os homens a delicadeza . Ninguém reconhecia mais nela a princesa . Livro: Fim
Na hora, eu tive uma sensação de estar vivendo uma realidade paralela, de que eu estava em Marte. Eu fui andando no corredor e fui vendo aquelas pessoas que vi a vida inteira no cinema. E aí, tive que fazer um discurso que nem eu via desde pequena as pessoas fazendo em inglês.
Tem uma barreira cultural para a gente vencer. Foi uma coisa muito impressionante eu ter levado esse prêmio ontem.
Eu sou uma pessoa pessimista por natureza e odeio expectativa. Se eu tenho um esforço na vida é para não viver na expectativa, é para viver com o que a vida dá como realidade para mim. Isso às vezes se traduz para um certo pessimismo, mas é melhor assim do que viver triste porque não chegou no píncaro da glória.
Eu quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não têm ideia. Ela esteve aqui há 25 anos.
Isso é uma prova que a arte pode durar pela vida, até durante momentos difíceis.
Em um mundo com tanto medo, este filme nos ajuda a pensar em como sobreviver em momentos duros como este.
A vida presta, e muito!
Todo o livro é uma autobiografia. Não existe nenhum autor que não escreva a partir da sua visão.
Eu nunca encarei a morte como uma possibilidade. Não que fosse apegado a nada de especial na vida, mas é que a morte não existe. A morte é uma doença crônica.
É a paixão que deflora as mulheres, é ela que desperta os sentidos, o olfato, o tato, o paladar, a visão, o arrepiar dos ouvidos.
A arte é um sério antídoto contra as certezas. E uma baita aliada da educação.
Hoje, vivemos um ateísmo tecnológico sem precedentes, tão bem representado pela indiferença do rapaz que despreza o conteúdo artístico e venera sua nave virtual.