Felipe Pedroso
Ver é diferente de enxergar, pois enxergar vai depender do conhecimento que temos, assim, como o controle de nossos pensamentos e emoções.
Palavras podem ser apenas palavras, mas a partir do momento que tocam vossos corações, transcendem e deixam de ser.
Por mais que queiras reviver algo que ficou no passado, saiba que a cada segundo que pensas em resgatá-lo, estais a perder o presente, o agora, que por ventura jamais poderá ser resgatado novamente, portanto, veja o passado como um professor, mas que após aprender com tal, passe a praticar e mudar o teu agora, aproveitando ao máximo o presente, que é realmente um presente.
Nos tempos atuais é muita gente molhando os dedos, sendo superficiais, enquanto, coisas incríveis moram nas profundezas da intensidade.
“Nos tempos atuais é muita gente molhando os dedos, sendo superficiais, enquanto, coisas incríveis moram nas profundezas da intensidade”.
Estamos constantemente a procura de significado, famintos pela sensação de felicidade, presos as nossas lembranças, presos no passado. Por conta de nossos medos e inseguranças passamos a nos privar, poupar de um mundo completamente diferente ao que estamos vivendo, este que não costumamos aprofundar em nada e por consequência, nunca sabemos o que existe lá no fundo.
Passamos a ser receosos, acreditando nas nossas próprias mentiras, mentiras até mesmo dos reais significados de tudo. Por mais que colecionemos momentos felizes, ainda sim, sentimos a sensação de estar vivendo uma ilusão.
Até nos depararmos, mesmo que raramente, à uma sensação única e genuína de felicidade, tal que nos domina completamente, suga toda nossa lucidez, esta é a tão formosa intensidade e constância no agora, nos propondo profundidade e entrega total, que como resultado nos dá a sensação de viver o infinito.
"Ver é diferente de enxergar, pois enxergar vai depender do nosso conhecimento, e principalmente do controle que temos sob nossos pensamentos e emoções."
Certo dia, numa bela tarde, num simples almoço, encontrei-me com um senhor...
Este me dissera: aquilo qual vemos é diferente para todos, e que é principalmente dependente do conhecimento que temos...
Tal simples frase me fez refletir por um longo período, pensando e repensando, em volta da mesma frase, qual foi objeto de profunda reflexão, proporcionando a elaboração de uma frase qual passou por algumas alterações, até então, ser o título desse texto, dessa reflexão.
Bom... Após aprofundar em certo “porquês” e significados, conseguir obter uma grande sabedoria, através da frase, pois aquilo que vemos realmente é diferente para cada indivíduo, e acima de tudo, ver ainda assim, é completamente diferente de enxergar...
Ver se trata de algo mais “inocente”, qual carrega consigo uma superficialidade e que modifica completamente nossa percepção de mundo, podendo aliviar nas nossas cargas de pensamentos, culpas e pesos quais carregamos à nos prender numa realidade bem “chula” na zona de conforto.
Já enxergar é algo completamente diferente, pois tudo o que vêm incluso dependerá de cada um, dependerá da busca pelo conhecimento, mas principalmente da postura qual buscamos tal, este mesmo que proporciona uma perspectiva mais próximo da realidade. Realidade repleta de profundidade é que exige nada mais que uma conduta filosófica, em busca de conhecimento e proximidade da realidade. É sem dúvidas algo que exige muita energia e dedicação, nos tirando da zona de conforto, e proporcionando algo único e sem igual, nos desprendendo das amaras da superficialidade. Mas ainda assim, como tudo o que é valioso, temos um preço à pagar, este mesmo que é sem igual, e quando mais profundo formos, maior é o preço, maior também é o efeito que nos causa, as vezes podendo até “descolorir” o mundo, trazendo o peso da realidade, daquilo que está nas entrelinhas, pesando em nossas mentes, elaborando pensamentos até mesmo, capciosos e também um peso que somente os esforçados em descobrir a realidade carregam.
A Contradição do mundo contemporâneo
No mundo contemporâneo, as coisas, a vida, tem uma concepção completamente diferente, pois não adotamos posturas adequadas, e muito menos sabemos quem realmente somos, levando uma vida inteira através de decisões tomadas, sem um pensamento bem estruturado que por ventura nos condicionam vidas completamente contraditórias daquilo que realmente somos. Passamos por cima de tudo aquilo que realmente tem valor então nos apegando a coisas supérfluas sem valor ético algum, nos abraçamos fortemente sobre os critérios morais, mas a moralidade está atrelada diretamente ao coletivo, ao pensamento de uma sociedade qual dita regras e comportamentos, quais nem sempre nos encaixamos e engajamos. Essa contradição da vida contemporânea, ainda assim, é a mesma metodologia, o mesmo caminhar na mesma direção do autoengano, sendo que refletir dentro de si pode extrair o melhor conteúdo de nós mesmos, direcionando para o autoconhecimento como a maior virtude, assim, não só conhecer-se, mas também parar para pensar naquilo que realmente somos. Não levar a vida no famoso “o vento levou” e até mesmo poder responder aquelas perguntas “toscas” que nos fazem em entrevistas de emprego: quais são seus pontos positivos e quais são suas fraquezas, pois, simplesmente não sabemos responder por conta de adotarmos uma postura do “deixa a vida me levar” e nunca em hipótese alguma damos valor aquilo que realmente tem valor, aquilo que realmente somos.
Viver de Ilusões
Vivemos num mundo qual o hiperativo é dado como normal, onde o mesmo reina, enquanto quem está simplesmente refletindo e entrando em contato com o seu verdadeiro EU é visto como o infeliz e anormal. No entanto, esquecemos das coisas que realmente importam, e tudo, simplesmente por nunca sequer por um mero segundo parar e refletir. Refletir sobre aquilo que fazemos, pensamos e principalmente quem somos ou estamos nos tornando.
Nossas condutas vem sendo cada vez mais moldadas pela sociedade qual vivemos, tal sociedade que venera viver de ilusões, enquanto fugir da realidade é a prioridade. Honestidade é vista como ofensa, e então, passamos a viver em prol de nossas ilusões, criando relações e pensamentos quais fortaleçam ainda mais aquilo que tanto adoramos. Ora somos tão vazios assim, para estarmos em constante alimentação de nossas ilusões e vazios? Sim, pois foi assim que estruturamos nossas condutas e alicerces como pessoa, onde o superficial e a zona de conforto são cruciais para um “bem estar social”. Então fugimos do profundo, do intenso, do verdadeiro, alegando ser autossuficientes e verídicos.
Profundo Desejo
Quando se tem uma tempestade para se enfrentar... Avistamos e achamos não dar conta, e justamente para não parecer fracos, vestimos uma outra personalidade, abraçamos o autoengano, e passamos a transparecer que somos frios e fortes. Tudo por medo de fraquejar e mostrar pontos fracos, e então, buscamos preencher vazios com coisas ainda mais vagas, nos deixando levar por tal personalidade. Esta que achamos ser ideal para encarar tal tempestade.
Nos perdemos, enquanto não descobrimos que a "cura" para este vazio é claramente o preencher através daquilo que mais desejamos. E desejamos com tanta intensidade que saímos do nosso verdadeiro Eu, em busca de coisas fúteis e sensações vagas.
Até então descobrirmos que o que mais precisamos é entender que a tempestade só vem a acalmar quando entendermos que somente ficaremos bem, quando novamente, avistarmos a terra segura, aos braços do nosso mais profundo desejo.
Constantes Vagantes sem Rumo
Falar de amor é sem dúvidas a coisa mais complexa, inclusive refletindo com base no mundo qual vivemos, onde tudo parece tão superficial, nada é duradouro, e simplesmente buscamos preencher o vazio qual mau sabemos da existência, pois não nos conhecemos... É aí que acredito ser a raiz de muitos males, a falta de autoconhecimento e de profundidade de nós mesmos, tal falta que nos torna constantes vagantes sem rumo.
É bem como escutar aquela frase tão famosa “quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. Podemos até refletir a respeito, mas seu significado é ainda mais profundo que o entendimento mais profundo, pois nós caminhamos exatamente para onde sequer sabemos. Alguns de nós acreditamos estar trilhando algo que queremos, mas será de fato o que realmente queremos? É bem difícil responder, pois não nos conhecemos da maneira qual deveríamos e por conta disto, acabamos por nos precipitar em relação a quem somos, abraçando o autoengano ao invés do autoconhecimento, e pecamos por não saber a questão crucial para os significados de nossas vidas, e então nos tornamos constantes vagantes sem rumo.
Nossa busca por significado é constante e no decorrer costumamos atribuir valor a coisas que são apenas coisas, deixando de lado o que realmente tem valor. Preferimos gravar um show por completo, simplesmente para alimentar a necessidade fictícia de atenção dentre outros, e por isto deixamos o valor da experiencia de lado, não focamos no agora e perdemos a oportunidade de sermos a melhor versão de nós mesmo, simplesmente por não estarmos presentes no agora, estando divididos em diversas partes. Estamos fragmentamos e ao mesmo tempo precisamos ser cada um destes fragmentos e nunca somos apenas um, um inteiro, mas sempre divididos, buscando completude, conforto pela falta, e felicidade inalcançável. Quando falamos de amor, partimos da mesma busca e passamos a confundir muita coisa, pois aliás, não sabemos realmente o que queremos, e por isto, passa a ser uma busca sem rumo. O verbo amar passa a ser apenas mais uma palavra que justifica a sensação fictícia de completude e conforto, entretanto, não passa de uma mera ilusão, pois adotamos hábitos tão destrutivos que mau percebemos e então nenhuma relação dura, e nada é feito com entrega total, estando inteiramente no agora, desfrutando os sabores de ser quem é em sua totalidade, enquanto continuamos a ser constantes vagantes sem rumo.
Sacrifícios Necessários
Assim como disse Pablo Neruda: "Se nada nos salva da morte, então que o amor nos salve da vida."
Nada como o Amor pode propor momentos inesquecíveis e tão valorosos, onde podemos ser o que verdadeiramente somos, compartilhando momentos com as pessoas que mais amamos, e principalmente amando de maneira integral, com todas as qualidades e defeitos. Por mais que estejamos aqui agora, e felizes, amanhã podemos estar fazendo sacrifícios, nos quais fortalecem e ensinam, mas que acima de tudo fazem aquilo que somos. Nem sempre estamos próximos daquilo que amamos, mas é justamente a distância e saudade que tornam nossas lutas ainda mais saborosas, pois lutamos e vencemos tudo o que é feito com Amor. É tudo que é feito com Amor é prevalecedor!
Jamais alguém será de um outro alguém, pois o papel que se deve ter um com o outro é de sempre proporcionar os melhores momentos possíveis nas condições que temos.