Fátima Braz
Vida que segue
Segue-se oh, vida
Como um leme a remar
Ah! Quem me dera outrora
Voltar e pegar um novo leme
Segue-me oh! vida
Ancorada na brisa do orvalho matinal
Então saberei que todo o mal
Achava-se tal
Quebrantou-se como um velho leme.
Era uma tarde de domingo
O dia em que ela se despiu
Das emoções
Era uma tarde de domingo
O dia em que ficou implícita
As intenções
Era uma tarde de domingo
Apenas uma tarde de domingo.
Saudade
A saudade ecoa no silêncio
Do não dito
Do desejo em estar ao seu lado,querido!
A saudade implora
De forma dolorosa
Nos momentos que vivemos juntos
A saudade surge numa tarde fria
Numa fúria louca pela sua boca
No seu cheiro lisonjeiro
Que impetra minhas entranhas
Enquanto não a posso matá- la
Ela me devasta
Como uma forma nefasta
E de tanto amar você não me mata
Minha poesia não é fria
Tampouco submissa as suas vontades
E assim vou vivendo
Enquanto o instante se reencontra.
Tríade Particípe
Encare a tríade particípe
Com resiliência, paciência
Na vivência para uns
Tão fugaz
Tão voraz!
Morte, tempo, amor
Não necessita de rimas
Independe do seu querer
O tempo oscila
E você que lê esses versos
Transfigure-o numa perspectiva de processos
Para quê?
O porquê?
Para compreender
Que o amor se abstrai na memória
Na sua própria história
De fracassos e vitórias
Tristezas e alegrias
No tempo que lhe resta
Inverta a ordem
Amor
Tempo
Morte
Repleto de amor
Até que a morte chegue e a seu tempo
A faça morrer de amor.
Amor com amor
Amor com amor, Roma
Quem dera tivéssemos
Nos descoberto em Roma
Europa?
Flutuando nos versos
Recordando o nosso amor
Reconheço que amor com amor dá amor
E Roma?
Fica- nos o doce sonho
Com amor em Roma
Num dia qualquer.
Quem sabe
Quem sabe as praças terão
A paz que transborda
O anseio de um coração
Quem sabe a vida renasça
Nas quatro estações
E um dia o que surge
Como guerra, cinzas
Tormenta
Será a mais infinda paz
Quem sabe!
Inquietude
Inquietude
Vicissitude
Que turbilhão
Corre nas veias
De encontro ao coração
Coração que teima em
Bater ao te vê, ao te olhar
Olhar que me faz sonhar
Reviver a cada amanhecer
Amanhecer
Milagre de Deus que me refaz e é capaz de tamanha inquietude com amiúde
Para declarar em versos irradiantes de amor
Que é assim que o amo!
Meu País
Brasil
De gente fina e traquina
Que ecoa nas vozes
Ecoadas dos becos, ruelas
E favelas
E em meio a tantas trevas
Que desvela a cela para
A massa
Nas arruaças e
Devassas trapaças dos
Autárquicos
Com estilhaços
Extravasa a mórbida ilusão dum povo sonhador
De vê um dia o meu País na diretriz da democracia
Assim é o meu País.