Fabrício Hundou Anne Baylor

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CABRESTO

[GRITO I]

Pela liberdade que nos prende em falsos nós, façamos de primeiras vezes os nossos relapsos mais sinceros. E que pouco se entenda quando muito se houver de tudo - ou se chover tudo, de uma vez, nas calhas de nossas pálpebras. Pelo inseguro abraço do não dito, deixo que fique dito, e declarado, todos os caminhos por onde o medo vai e vem sem se sentir preso - apenas sentir-se, intimamente, dentro de todas ruas e esquinas de si - onde estão os espaços de minha ausência.

[GRITO II]

Pela liberdade que nos prende em outros tantos nós, façamos das últimas vezes nossos acasos mais sublimes de desleixo. E que nada se entenda quando - livre - se disser tudo, e fizer tudo, e deixar tudo e - novamente - recolher-se nos objetos esquecidos nos braços dos sofás e pedaços de estante, como abraços deslembrados e beijos nunca bebidos antes. Pela viva memória de que o que fica é o que vigora, permita-se embora! Permita o silêncio da prisão por vontade, da liberta ambiguidade. E quanto mais fico, mais em mim é tarde, e ao meu ocaso, anoitecem os lençóis da cidade que ferve becos e vielas, e, cá - adormece o nervo - teu conforto, moço, colore esta vida, embora, ir embora te seja bagatela.