Fábio Fazzolari e Palmis Costa
Saudade tema da época
Mas que época é essa?
Época de colocar a casa em ordem
Época de lidar com a distância
Época de rever tudo e toda importância
Sentir a necessidade dos queridos,
Parentes, amigos, e dos livros já lidos
Época de se saber ser só
De tirar todo o pó
Época de purificar sem dó
De tirar as amarras e desatar todo e qualquer nó
Época de não só pensar e falar
Mas sim época de muito amar...
Amar o amanhã
Amar todo dia de manhã
Se ver e agradecer
Se abraçar e naquele abraço permanecer
Saudade daquilo que não eu ligava ,
Saudade daquele que eu não me importava
Saudade daquele que eu amava
Saudade até do cidadão que me importunava
Saudade de ser como uma criança
Pura e cheia de esperança
Tempo de pensar e cuidar dos seus
Saudade até daquele que já me esqueceu
Esquecer que talvez seja ateu
Pedir e agradecer a Deus
Por toda benção que recebeu
E da fé que em você renasceu
A pior saudade é aquela do ser presente
Daquele que não se foi, mas é todo ausente
Daquele que da sua vida fez parte
Mais hoje é só saudade, antiga e tarde
Saudade do tempo passado
Da vida vivida, do jogo jogado
Saudade do momento
Que foi bom e sem arrependimento
Do que já foi, sem flor
Agora saudade. Enfim um pouco mais de dor
Ah... essa saudade que dói
Quase mata corrói!
A distância
Tudo está tão diferente...
De repente me sinto tão distante
Na televisão é tanta violência
Ódio, mentira, incoerência
O que está bem aqui, parece tão ausente
E o que está longe, está bem na sua frente, presente
Havendo uma contradição
E qual seria a solução?
Que coisa boa que é essa era da informação
Estamos todos aproximados
Isso é coisa da evolução
Às vezes tão longe, mas trazendo para perto e para todos os lados
Às vezes num mero segundo,
Viajo 40 anos de distância
Chego perto, revivo, me sinto criança
Estou em pé ali, na minha infância
Essa sensação não me cansa
Do que vivi ontem, daquele retrato na estante
Tudo coisa da minha mente?
Será que é a solidão que se sente?
Acho aquele retrato perdido
Me vejo tão perto por trás da minha lente
Em frente ao espelho, longe, não me reconheço
De repente, desperto e volto ao tempo presente...
A distância nos faz assim...
Nos transcende, nos tira da realidade
Nos trazendo saudade
Uma nostalgia sem fim...
Larga desse Papo!
Pra que vir com esse papo agora
De você só quero um beijo
Me abraça larga disso, me namora
Vem matar o meu desejo
O tempo parou, vem aqui que é a hora
Quero extrair seu mel
Como uma flor, uma declaração suave, bem sonora
Mas você insiste nesse fel...
Só quero ser feliz
Simplesmente sentir prazer
Não me interessa o que me diz
Vem, se entrega e vem me fazer...
Meu corpo minha vida
Não quero anel
Quero viver e ser vivida
Não quero promessa nem véu
Me faz alcançar o céu
Sem essa de me julgar
Nem me colocar como réu
Só vem... e vem me beijar