Fabio Chap
Aquela mulher, filha de pais separados, ainda era menina demais para entender aquela gente metida a sabe tudo. Aquela menina, filha de pais ausentes, já era mulher para entender que, dali pra frente, ela tomaria as decisões da própria vida.
Sonho te beijando com a mesma frequência que acordo tentando entender porque você ainda é meu pesadelo.
Não é grosseria quando você aprende a traduzir olhos que frequentemente desviam dos seus; mãos que não param de gesticular. Beijo não se pede. Roube-a num assalto passional. Silencie a timidez com desejo e mão na nuca.
Saiba que a única parede que impede isso acontecer é a sua hesitação. (...) Beijo é calor, não um favor.
Sempre preferi aqueles que admiram mais aos outros do que a si. Não por desamor, não por auto-estima decadente. Mas é que essa coisa de se auto-massagear nos trava. Nos tira de um ciclo de evolução. Faz com que fiquemos a estabelecer comparações constantes.
Gosto de quem tem ciência da própria desimportância. Me encanta essa gente que vai buscar nas diversas fontes do universo um sentido para a fome da alma. Que produz mais dúvidas do que conclusões. Me apego a quem seduz sem afirmar ‘sou’, muito menos ‘tenho’; mas que diz ‘vamos descobrir’. Ahhhh, descobrir o mundo a dois.
Que meus passos sejam guiados pelo mistério. Que meus erros escrevam meus manuais. Meu corpo, tão passageiro, sendo apenas instrumento para descobrir o gosto que viver tem.
No fim, aqueles que admiram aos outros mais que a si, tornam-se admiráveis por gostarem mais de pessoas do que de reflexos.
Que eu evapore e você solidifique. Mas, quando juntos, sejamos água transparente. Molhando e deixando embaçado o espelho na nossa frente.
‘É isso que minha alma quer? Vim nessa vida não pra aceitar o que é imposto, mas pra amar o que é exposto na superfície dos meus desejos. Qual o teu sonho de hoje, alma?’
Mal sabe você que paixão de poeta não dorme cedo. Paixão de poeta vira livro. E um livro, minha dama, dura bem mais que um homem. Bem mais que canetas. Bem mais que travesseiros.
Amor é verão no inverno madrugado do poeta.
de todas luzes
&
sombras
que carrego
- não nego -
as que
mais
me colorem
são as
suas
de todas as
luas
que piso
a única que
me
flutua
é a que
sonda seu universo
de todos os versos
que
eu poderia criar
os que levam
seu nome
é que
rimam
mais forte
sorte
é ser
seu
sem deixar
de ser
meu
tudo que é teu
é
livre
e lindo
tudo que é teu
voa
e
deixa saudades
grita
e faz
silêncio
ama
e
marca
a
pele
[ama]
e
marca
a
pele
ama e marca a
[pele]
**