Fábio Alves Borges
Há momentos em que me dá vontade de viver só, para descansar das maldades do ser humano. Porém, perguntei ao solitário a respeito da solidão, e ele me disse que, uma vez dependente, eternamente dependente. Temos que saber lidar com as emoções, ficar espertos com os hipócritas e os perversos, além de muita aceitação com as maldades alheias que não conseguirmos modificar e coragem para modificar aquelas que pudermos.
Uma escolha tortuosa.
Nos caminhos tortos por onde andei, eu me deparei com várias exclusões, isolamentos, delírios, esquizofrenia, traição de companheiros, tristeza, suicídios, tentativas de suicídios, homicídios, prisões, overdose, perda de bens materiais, latas de cerveja vazias jogadas no chão, garrafas diversas de bebidas, mau cheiro, bitucas de cigarros, isqueiros vazios, pessoas perambulando descalças, de bermuda, pelos trilhos e becos, procurando um prazer momentâneo, isolamento em construções civis, vaivém de ambulâncias e policiais. Esses caminhos são a perda de um tempo que não tem voltas. Todavia, podemos pegar atalhos e fazer bom uso de nosso tempo e caminhar em linhas retas de puro verde, alegria, mente aberta, serenidade e pessoas com a áurea brilhante.
Viver no ápice da loucura é viver uma vida desmedida sem limites, um dia de cada vez na destruição, usando drogas, bebidas, cigarros, concupiscência carnal, adrenalina sem limites, colocando a vida em risco a todo instante, um gozo momentâneo que traz uma consequência infernal por toda a vida!
Uns dos maiores erros da humanidade é achar que o sofrimento é eterno e que a solução é ter atitudes impensadas, achando que a morte é melhor do que a vida.
Com o passar do tempo, vemos partir para sempre pessoas com as quais nos identificamos, sabendo que um dia chegará nossa vez, e deixaremos muitas lembranças e saudade.
Sempre haverá fortes emoções. Precisamos saber diferenciar umas das outras e viver um dia diferente do outro, para não cair nas mesmice das rotinas. Amo a vida, com harmonia de tempo.
Sou prova viva do “homo sapiens”. Sabendo do descaso dos “sábios” pela natureza, plantei umas árvores na porta de minha casa, para que eles descansem em minha sombra. Com o passar do tempo, aprendi que a vida humana é igual a uma árvore. Vamos nos deparar com vários parasitas que querem sugar nossa seiva, nossa energia. E haverá vários pássaros que se aproveitarão de nossa boa vontade.
A história trabalha a nossa intuição, imaginação, memória e razão, lapidando nosso coração, mostrando que o que passou, passou. O tempo é a contagem progressiva do início, meio e fim.
O choque da dopamina. Saber que somos cheio de defeitos de caráter não quer dizer que somos imunes à recaída de comportamento, e a droga que usávamos desconfigurou o nosso cérebro, memória, raciocínio, concentração, percepção sensorial, temporal e coordenação de movimentos. Um dos efeitos é a liberação de dopamina no cérebro, o que cria uma sensação de prazer ou “barato”. Outros efeitos incluem alterações no humor, perda de coordenação, dificuldade de raciocínio e problemas com memória. Se continuarmos usando substâncias que alterem nosso humor, torna-se mais crônico, progressivo e fatal.
Quando sinto o desejo de ajudar, vejo em mim e no ser humano que somos capazes de ajudar e de ser ajudados, um dia estendemos as mãos, sabedores de que, algum dia, precisaremos de que alguém nos faça o mesmo.
Mais vale sofrer sem as drogas ilícitas ou lícitas do que sofrer com elas, pois assim eu fico com qualidade de vida e com uma longa existência pela frente. Drogas? Estou fora. Paz e esperança para todos.
Até provarem que minhas opiniões não têm sentido, eu vou sempre lutar para defendê-las. E não importa se não me aceitam da forma que sou e o que penso. O importante é que quero viver com as formações que adquiri no decorrer da vida, na teoria e na prática, da forma certa. E que as pessoas não tenham o direito de me agredir ou até matar, por eu ter opinião própria.
Estar na solidão é viver momentos únicos com você mesmo. É onde podemos tirar proveitos, chegando a uma conclusão de que, sozinho, podemos organizar todas nossas imaginações, acompanhados das delícias da natureza.
O flagelo da perda de uma mãe é um pesadelo eterno, e o desprazer de nunca ter sentido o calor de uma mãe é estar em um Ártico Polar.
No começo é uma maior sensação (cronos), ou seja, cronometrado, momentâneo, mas depois de uma escravidão fazer parte de todos dias de sua vida e as características persecutórias de sentir pessoas alheias perseguindo-o, querendo matá-lo, até mesmo entes queridos, é estar em um tempo (Kairós) sem saída, no sentido crônico, o qual não desejo nem para meu maior inimigo. SÓ POR HOJE. Conhecendo meus Limites e o que posso e o que não posso experimentar.
Depois de muitos sofrimentos, angústias, solidão, início de overdose, coma alcoólico, isolamento e insanidade, tentativa de suicídio, joguei minhas velhas maneiras de viver fora e estou lutando para construir uma nova história. Deus, tu me deste a oportunidade de buscar meu sustento na sobriedade e na tua existência. Quero crer em ti de verdade, mesmo que as desgraças surjam em minha vida. Antes sofrer sem as drogas do que sofrer com elas. Só por hoje.
Triste história e com um final feliz. Melhor do que ler a Bíblia e alienar-se em dogmas é fazer algo para o seu próximo.
Quando nascemos com o verdadeiro altruísmo, a compaixão pelo próximo é acima do medo, da inércia; é uma dedicação divina, livre de tudo, é um amor profundo pelas vidas.