Ewerton soares
Preso no cárcere do meu ser, faço-me amigo-falso da solidão e dela me aproveito.
Sugo o sumo de sabedoria que ela me oferece e não dou nada em troca... Estou sozinho.
Não porque me abandonaram, mas sim, abandonei-me. Não fiz isso por tristeza, mas por amor.
Fico preso nas saudades que um dia fizeram parte de mim, pois o teu grito silencia minha alma, minha liberdade.
Olhar: janela da alma, espelho do mundo.
Em análise romântica, o olhar tem o poder de traduzir palavras que os lábios não são capazes de dizer precocemente, isto alimenta uma metáfora mirabolante entre os amantes. Entretanto, na amizade ele serve como alavanca de conhecimento recíproco e, às vezes, como comunicação. Além disso, os olhos revelam o que uma pessoa tem no mais íntimo de seu ser, desde suas virtudes e alegrias, até mesmo seus maiores defeitos e tristezas.
Nos amantes, o primeiro palpitar enamorado acontece quando os olhos se encontram numa perfeita simetria, isso tem como conseqüência de fazer a pupila se dilatar, causando quase um eclipse nas córneas (meninas dos olhos). Cria-se um ligamento afetivo inexplicável. Eles refletem o tremeluzir céu da esperança de quem olha com profunda paixão. Os gestos podem recobrir com o manto do engano o sentimento, mas o olhar denuncia com extrema transparência o amor oculto. Os olhos se tornam fãs da pessoa amada, um perfeito par que se doa, às vezes, através de lágrimas que podem irrigar tanto o amor quanto a uma utopia. Entender os olhares da pessoa querida é mais que uma virtude: é uma necessidade, pois, não compreendê-los é sinal de que algo não está configurado em harmonia.
Contudo, a amizade é um meio de encontrar, através do outro, a felicidade, compreensão, equilíbrio emocional e companheirismo. Os amigos, geralmente, se entendem nos pensamentos e comportamentos em comum, mas o que sustenta com relevância esse sentimento é a forma com a qual eles se olham. O olhar entre amigos proporciona um acorrentamento íntimo que viabiliza o conhecimento primordial entre eles. Na amizade, raramente há mentiras, pois um amigo deduz a intenção do outro, muitas vezes, através da forma com a qual ele o olha. Também os olhares numa amizade servem como comunicação, eles conseguem passar com encanto as necessidades e alegrias de uma pessoa que tem uma amizade fortemente empregada na sua vida.
Num contexto psicológico, o ser humano sente a necessidade de ser observado, isso se realiza através do olhar que pode revelar diversos comportamentos de uma pessoa. A “alma” de um indivíduo pode ser percebida bem nas profundezas de seus olhos. Eles se entregam ao mais astuto observador, possibilitando o conhecimento amplo do ser humano.
Em suma, a porta que permite que os seres humanos não percam a sua humanidade é a forma com a qual eles se olham, pois cada pessoa carrega no olhar o reflexo do seu semelhante.
Quando se abandona alguém por um outro alguém e esse outro alguém te abandona, o sentimento de culpa se duplica, envenena-te, enfurece-te... morre-se.
Preso no cárcere do meu ser, faço-me amigo da solidão e dela me aproveito.
Sugo o sumo de sabedoria que ela me oferece e não dou nada em troca... Estou sozinho.
Não porque me abandonaram, mas sim, abandonei-me. Não fiz isso por tristeza, mas por amor.
Fico preso nas saudades que um dia fizeram parte de mim, pois o teu grito silencia minha alma, minha liberdade.
Não sei de nada, não vejo nada, não escuto nada. Mas absorvo tudo, um pouco do mundo, no submundo, meu pensamento divaga. Pois quem acha que sabe tudo, sobre as verdades da vida, na verdade não sabe nada.
Aquilo que chama de verdade, depende do ponto de vista. Ora você estará na mentira e com a verdade ou na verdade e com a mentira.