Evelyn Rebecca
As coisas são sempre assim, tão iguais. Gostaria que algo diferente acontecesse. Algo diferente o suficiente.
Algo que evoque de mim novas sensações, novos gostos.
Fico pensando se isso é possível. Mas acho que não. Vou me conformando, ou fingindo, não sei; não sei.
Esse "não saber" anda me definindo muito bem.
Eu não tenho certeza se acredito em amizades verdadeiras. Aliás, ultimamente eu não tenho certeza de nada.
Cansada de tanta ausência, parada num lugar em que tudo se abstém de brilho, trancada aqui, onde não há cor.
Meu mundo é feito de palavras, de música, de coisas que só eu sei. Pessoas não são bem vindas por aqui.
Por um motivo -um alguém- me afastei de tudo e de todos, e descobri que a mesma distância que destrói e faz sofrer, protege e conserva.
Apesar de tudo, eu me orgulho de mim. Sempre que acordo, penso: "Mais um dia, eu consegui!".
Nem sempre me senti bem em estar viva, então cada dia pra mim é uma conquista. Um mérito meu que nada pode substituir e/ou apagar.
Eu não queria morrer. Eu só queria que a dor parasse.
Ter certeza das coisas nunca foi uma das minhas características. O incerto é arriscado, é emocionante e eu sempre acabo apostando nele.