Eveline Pereira
Ontem eu me perdi. Oh realmente me perdi , me distanciei de um universo projetado pela minha mente , onde tudo era tão fácil de se conquistar , me perdi de tudo que eu esperava sentada , que eu sonhava , sem mais forças de vontade. Me aproximei com minhas lágrimas e cai em desgraças com meus atos vulgarizados. Como um ser humano pode ser tão podre assim ?! Como pode um ato tão oblíquio falar mais alto do que uma vida conjunta pela frente ?
(...) Minha estrada fica cada vez mais escura , meus caminhos ficam mais podres , meus atos não conseguem encobrir a lama suja em meus pés , e nas minhas pegadas... ahh nas minhas pegadas estão marcas de tudo mais podre que eu já toquei.Até o retrato mais feio seria a mais bela criação perto de minha alma. Meus segredos insistem em abrir ainda mais feridas em minha pele , e é sufocante , é como se afogar em rios ou mares de palavras cobertas por vermes agonizantes dos meus piores pesadelos.Que me humilharam e sabotaram até nos melhores momentos... tento acreditar que existe paranoia mais profunda que meu estado de navegação ; mais desesperadas , tento achar em vão a cura dessa tal de '' depressão '' que muitos dizem , mas acredito que posso controlar meus pesares ; penso que tudo se resolverá em seu certo tempo , ou eu descordaria que tudo piorará . Quem sabe ? Eu sei talvez ?!
Sabe como é perder alguém? Não, não é querendo ser dramática. Mas é como se você tivesse um fio, e esse fio estivesse conectado ao seu coração, esse fio é revestido de sangue, esse fio agora é pele, corpo, esse fio agora são vocês dois, agora esse fio se transforma em um só ser. Mas por ironia do destino esse fio é partido, e não você não ficou sem sua parte, você ficou sem sua metade, sua segurança, seu outro eu.
Nunca diga que a vingança não é o caminho para a felicidade, se você nunca pôde experimentar do seu doce néctar de prazer, e satisfação.
Remédios curam. Mas , engana-se aqueles que os usam como curativo para uma alma morta . A essência morre , e só restam terra , cinzas..
Às vezes eu me surpreendo por não sentir nada,
em situações que sei, deveria estar sentindo algo.
Me pergunto “o que uma pessoa viva faria agora?”
e tudo parece um tédio tão real que posso toca-lo.
Sempre acordo com o gosto amargo, os olhos queimam, trago do sonho a lembrança de tentar correr e não conseguir, de estar caindo em um poço sem fundo, sem luz, de tentar puxar um gatilho e não ter forças. Tenho essa relação intima com o fracasso. Nas noites em claro eu tento escrever, mas sou apenas semialfabetizado e não conheço muitas palavras, não culpo o falido sistema publico de ensino totalmente. Eu sempre fui uma péssima aluna, aliás, eu sempre fui péssima em tudo, até em ser péssima. Às vezes eu acredito... Péssima pessimista eu sou.