Evelin Andino
A verdadeira posse não está nos bens materiais ou nas experiências passageiras, mas sim no que guardamos em nossas memórias e escrevemos. Essas lembranças são como um lar invisível, um lugar seguro onde permanecemos inteiros, independentemente do que acontece ao nosso redor.
Esse é um convite a valorizar o que realmente importa: as histórias, os sentimentos, os aprendizados. Porque, ao final, são esses registros na mente e no papel que nos imortalizam e nos humanizam, tornando-nos parte de algo maior e eterno.
Nada nos pertence, exceto nossa própria memória e tudo que tecemos no papel eternizando para a história.
Tudo o que tocamos, vemos, amamos ou perdemos,
é como areia que escorre por entre os dedos,
grãos fugidios na vastidão do tempo.
Posses e sonhos são sombras que o tempo apaga,
mas a memória gravada nos livros, essa, sim, é raiz profunda,
tatuagem invisível na pele da alma,
única relíquia que resiste à passagem dos dias.
Nosso lar verdadeiro é o que guardamos em silêncio,
paisagens secretas, histórias mirabolantes, risos ecoantes,
em nossa mente, onde tudo vive eternamente,
onde somos inteiros, mesmo quando o mundo desaparece.