Evânia Medeiros
"Tanto a fazer...
Fazer, fazer, fazer
Será que se nasce pra fazer?
Quanto mais se faz
Mais teremos a fazer
O tempo passa
O dia passa
A vida passa
E o fazer é sempre constante
Em cada dia... Em cada ser
Fazer porque tem que fazer,
Fazer por querer,
Fazer pra se manter,
Fazer por puro e simples prazer.
Tem dias que muito se faz
Outros, nada se quer fazer
Mas se viver já é fatigante
Por que precisa de mais fazer?
Fazer pra ser feliz
Ser feliz sem nada fazer
Mesmo sem querer
Não se para de fazer.
Mesmo sem nada fazer
Não se para de viver."
Suculentas! Sucufofas! Sucuvivas!
Por quê cultivar?
Quanto mais eu tenho
Mais eu corro pra buscar...
Grande é a minha falta.
Uma busca incansável
Busca planta... falta vaso!
Busca vaso... falta terra!
Busca terra... falta planta!
E falta furos... Ufa!
Que grande vazio...
Preciso parar
O que tenho não me basta?
Só mais essa cascata... que mal há?
Pronto! Feita! Linda!
Mas... ainda falta!
Vai sempre faltar.
Pára! É preciso parar...
Tirar o foco delas
Mas... em que mesmo focar?
Eu não fui...
Você não vem
Ando assim... Só... Dentro
Sem pressa sem culpa
Sem calma
Somente alma
O Ficar...
Tomando conta de mim.
Tecer tingir e plantar
Ler escrever e amar.
O pouco comer
O muito dormir.
Querer estar perto
Gozar ficar longe
Distanciamento
Introspecção
Nesse momento
Liberdade sem fim.
Quem é você?
O que sente... por dentro?
Senta ouve olha
Toca na vida da gente.
Mexe profundo
Lugares ocultos
Do dentro do ser.
Não é fácil entrar
E começa a tirar:
As linhas... os maços
As teias ... os laços
O que estava trancado
Pra fora agora está.
Que bagunça... Que tumulto!
Como arrumar?
Nem dá pra começar!
Sentada só observa...
E vai alinhando
Começa ordenando
A linha do pensar.