Eva Siqueira
ADORAR
Palavras completam-se no véu da noite,
palavras transformadas, para o amor que não se esconde.
Conhecido pelos que passaram, os viventes o perdem, pelo medo que os perseguem, não busca vingança e nem a dor.
Oh medo, sem ti não existo, sinto-lhe a cada instante,
só falta te adorar com tremor.
Pois Aquele que sigo não o segue, e quando estou em ti,
não estou mais nele.
Entendo então, não vivo seguindo o meu Senhor,
mas morto vivendo-o.
Agora não há mais nada que eu possa fazer até descobrir, quem forjou o tigre que flameja?
Parei de tentar me parar, e deixei A morte me levar.
Perdição
Deixarei meu tempo passar
Para perder o meu amor,
O tempo passará e
O meu amor casará.
Deixei o meu amor passar
Pela morte que me persegue
Dia e noite sem parar,
Não vejo aonde vai dar.
Sem tempo estou,
Porque perdi o meu amor.
O tempo já queimou e
As cinzas me prenderam no teu passado.
Oh, tempo que flameja
Escuro é a sua passagem
Destruido é o seu passado
E vivido é o seu presente.
Quem te forjou, oh tempo?
Pois, tu vives, mas eu tento
Reconstrui-lo, amado tempo,
deixe-me vive-lo.
Aventurei-me no teu passado,
Preso estou, tudo passou,
Mas vivo em ti, oh tempo.
Qual é a remissão que tu desejas?
As asas que batem
Sinta, sinta borboletinha
O homem destrói e não
Constrói, só melhora para
Destruir mais.
Borboletinha não chore pelo
Que o homem não faz.
Olhe Borboletinha, saia de casa
E faça algo, pois o homem nada faz.
Voe borboletinha, traga o furacão
Deixe o homem irado para ele fazer algo.
Borboletinha nada fala, mas faz muito
Enquanto o homem brinca de garoto.
Oh garoto pare de brincar com a borboletinha
Ela trabalha para um dia mais feliz.
Enquanto seu pai cria fumaça,
Borboletinha não chore, clame para um novo começo.