Eunice de Paiva
Andorinhas em bando retornam saudando o final da tarde morena.
Um anoitecer vem chegando vagaroso, disperso, mas, com jeito de que vai fazer acontecer.
Enquanto a saudade vai bulindo aqui por dentro, as lembranças vão se ajeitando para passar a noite comigo.
Uma viagem interior
Me visitei com calma
Editando os meus dias
Me conhecendo melhor
Foi nos pontos mais sutis
Mais lindos e doces
Que eu te encontrei.
O lugar exite, mas, tão diferente
As pessoas existem, mas nem todas estão lá
As lembranças existem, algumas só para machucar.
Nada está igual, nós não somos os mesmos
Carregamos a história que construímos nossas vidas.
Se fosse possível fazer um ensaio do "apaixonar-se", como uma peça de teatro,uma orquestra, mas, ....quem seríamos?
Me pego perambulando pelas ruas do passado, como se ainda houvesse algo de essencial para minha vida.
Parecem poesias escritas na parede
Mas é só a minha memória traduzindo os momentos lindos que vivemos.
A fêmea faminta caminha lenta. A calma dos movimentos disfarça a voracidade do desejo consumindo por dentro.
Espreita o caçador e ele se aproxima atraído pela quietitude, o brilho dos olhos, e ao toca-la sente as garras nas costas, a língua , os dentes no seu pescoço. Só se ouve os uivos de prazer.