euleilamartins
Não me mostro mas me encontras. Teus olhos fechados me enxergam, e me sentem sem ao menos me tocar. Torno-me real, não é preciso provar.
Quando estendo a minha mão, sempre te encontro. Encontro na brisa, encontro no sonho, encontro no perfume. Encontros!
Conquistei todos os espaços que achava que nunca poderiam ser meus. Hoje caminho descalça, na lama, no jardim e até mesmo nas nuvens e todos os caminhos me reconhecem.
Entrei em guerras por mim mesma, reuni armas poderosíssimas, treinei, sofri, cheguei ao máximo do cansaço. Por vezes senti não poder caminhar mais. Eu sabia quase nada. Acreditava nos “nãos” dos outros e “eles” não existem, EU existo.
A capina próxima ao portão há muito fora esquecida, então, a tiririca, a braquiária, o carrapichinho e a “Maria fecha a porta” se entremeavam em matizes rebuscados, formando um tipo de lacre verde, dificultando a abertura daquela passagem. ( A perfumista da noite)
Tocou com firmeza no portão que cedeu na dobradiça esquerda próxima à mangueira centenária onde se viam mangueiras do tipo “espada” nos dezembros, mas que nunca eram co- lhidas, devido à imensa altura em que os frutos aparentavam ser o maior objeto de desejo do momento. ( A perfumista da noite)
Abrigou dentro do livro uma flor de abóbora, registro fabuloso de um dia cheio de muitas descobertas. Guardou o livro no embornal.(A perfumista da noite)