Eses

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Meu sobre nome revela minha insistência em ser alguém. Queria tanto ser reconhecida, que obriguei um desconhecido de toda minha vida nomear-se como meu pai. Tinha 14 anos quando fui registrada, mais não senti amor era uma coisa forçada, e depois daquele dia que eu não me lembro a data, ele chegou revoltado e quebrou toda a nossa casa, seus olhos bem vidrados, o odor forte de cachaça ele gritou bem alto: dizendo que eu era desgraça, desrespeitou minha mãe, desrespeitou minha casa e eu gritei aos vizinhos pra quebrá-lo na porrada. Nada aconteceu, sabe como é que é já dizia o ditado: em briga de casal ninguém mete a colher. Pois é...Será que chamá-lo de Painho preencheria o vazio de quem todavia sentiu-se sozinho? Bom por outro lado Chamar Mainha de pãe não tinha outro jeito⁠, nem mais outro caminho, vivo em completo imperfeito com um vazio enorme em meu peito de quem paternamente só queria um sobrenome e reconhecimento de respeito.

Depois dos 30 você entende o valor do tempo. E o que aos 15 era pressa de independência, aos 30 é moderado entre pressa e paciência.