Eric Jó Lopes
Pedir ao acaso por coisas que estão fora do nosso alcance, é a expressão mais sincera de que acreditamos em algo maior que nós.
O ano só será diferente, quando percebermos os outros como iguais.
A compaixão mede o progresso, a intolerância mede o regresso.
É certo de que existe felicidade em aquecer e em ser aquecido, assim como existe tristeza em esquecer e em ser esquecido.
Chegou minha hora, tenho que partir
Não queria ir embora, mas tenho que ir.
Deixei uma carta, pra quem quiser ler
Está cheia de erros e não acabei de escrever.
Então pra quê tantos erros, se a carta é pequena?
Foi por culpa do tempo, ou fidelidade ao tema.
Como o tema foi vida, se não falhou ou me engano
Os erros e a carta, continuarão em outro plano.
A tristeza me apresentou a felicidade
Disse-me que ela não tinha onde morar.
Respondi logo e prontamente
Na minha casa ela pode ficar.
Sem esboçar nenhuma feição
fez então minha vontade
Se a tristeza tinha morada
agora tinha a felicidade.
Passando-se alguns dias
Recebi uma ligação
Era a tristeza chamando
Querendo minha atenção.
A felicidade ainda está ai?
Perguntando me fez rir
Não seria então outra coisa
Ela não tem para onde ir.
De certo foi minha indicação
Mas me veio o arrependimento
Você precisa de outros amigos
Não felicidade a todo tempo.
Vou aceitar o seu conselho
Devido a minha condição
Estou é muito feliz
E recusar consigo não.
Fico feliz em ouvir isso
Mas penso que não vai adiantar
Com esse notícia inesperada
Felicidade hei de me tornar.
Quando o silêncio disse que eu estava errado,
quis gritar para calá-lo
quem sabe só por um instante
do seu trono destroná-lo.
Mas o silêncio foi galante,
agiu sem exaltação
calou a minha vaidade
com sua nobre razão.
Com os olhos abertos
cheios de realidades
minha mente encarcerada
sou refém de suas vontades.
Com os olhos fechados
agora posso me enxergar
já não vejo mais amarras
estou livre para voar.