Emnos
Alguns nunca viram o sol.
Outros nem sabem que ele existe.
Muitos se contentam em olhá-lo pela janela.
Poucos sobem montanhas para vê-lo mais de perto.
Eu não, eu não vou me contentar com tão pouco.
Eu não posso aceitar menos do que tocar o sol.
Não posso me contentar com menos que isso.
Mais ou menos serve para quase todos. Não para mim.
Mesmo que eu me queime em alguns momentos.
Mesmo que me queime muitas vezes.
Se for pra ser, que seja de verdade.
Que seja intenso. Que seja.
Desaprender a gostar, mesmo que em um primeiro momento seja auto-violação dos sentimentos, pode ser em última instância a maior prova de amor que você pode se dar.
Eu, rio. Você, mar.
Eu, doce. Você, mar.
Eu preciso ganhar força e evoluir.
Preciso sempre vencer a próxima pedra.
Preciso sempre ter a certeza que não vou parar na próxima curva.
Você, mar.
Eu preciso de coragem para me jogar de uma montanha.
Em alguns momentos vou devagar para agradecer aos céus.
Durante a noite continuo minha silenciosa e solitária jornada.
Você, mar.
Tudo isso pra me entregar a você.
Continuamente, sempre e sem parar.
Faz parte da essência de um rio.
Você, mar.
Eu, rio. Eu, choro.
Nada.
Nenhuma força.
Nenhum astro.
Nenhum deus.
Absolutamente nada no universo pode querer o nosso fracasso.
Se você sempre ouviu que estava errado e continua fazendo as mesmas coisas que dão certo, de duas, uma: ou eles estão errados ou o seu certo é errado pra eles.
É preciso muita coragem para antecipar uma decisão difícil.
Mas é a certeza de que mares mais tranquilos virão que impulsionam essa coragem.