Emerson Mollin
Julgamentos não podem colocar amor em corações, afinal, apenas uma escolha de reconhecimento é capaz de irradiar sabedoria em mentes obscuras.
Nem o sol mais brilhante e nem a lua mais obscura podem tirar seu desejo de perseguir algo e ir até onde for preciso.
E não importa quantas lágrimas caiam do seu rosto ao longo do caminho, elas apenas irão secar.
Quando relembro seus olhos e percebo que existe apenas perfeição, isto faz minha alma chorar de alegria. Sou tomado por uma força incomparável onde o azul do mar ganha um brilho alaranjado e as gotas do orvalho são tocadas pelo esverdeado louro das folhas, indefinidamente privilegiados pela luz de sua alma até chegar em um lugar onde o mundo diz: Eu sinto sua falta.
Não é sobre o ponto de abalo, não há como prever quando vai acontecer. Eu apenas desejo que você chore.
Considerando tudo o que você já perdeu na vida, vá e perca algo importante mais uma vez, só não desista para mostrar que é superior a suas dificuldades.
Chamam de egoístas
aqueles que amam a si mesmos
e choram em silêncio.
Mas do que chamam
aqueles que negligenciam sentimentos
e dilaceram corações?
Monstros vivem dentro da sua imaginação e geralmente, eles tornam-se reais. Se fortalecem a cada decepção e a cada sentimento negligenciado. Vivem das memórias e insistem em assombrá-lo a cada choro. Vivem da sua sanidade e das suas escolhas, da sua percepção e das suas palavras, de quem foi e de quem ficou. Escolhem cuidadosamente o momento certo de retornar. Abraçam-lhe com ternura para logo depois, lançá-lo num calabouço de desespero e solidão. Ouvem cada voz interior sua e ignoram cada possibilidade de lucidez. Ignoram seu cansaço, ignoram seu vazio. Apenas não se importam. Despedaçam sua alma como se fossem donos dela. Residem em sentimentos como lealdade e honestidade, em sorrisos que nunca lhe pertenceram e deduções que vagam na eternidade. Insistem em dizer que tudo ficará bem uma, duas ou três vezes. O tempo é eterno, o passado é irreal. Monstros vivem de… ilusões.
Existem rumores de que um estranho, uma subespécie de monstro habita as condutas de esperança da alma.
Muitos repudiam aqueles que dançam com lâminas de barbear ou dormem com granadas de mão. Embora esses mesmos seres humanos não percebem que enquanto dilaceram corações e manipulam sentimentos, transformam-se no verdadeiro repúdio da nossa sociedade.
Evidências e traços misteriosos cercam a mente humana. O ser humano é duvidoso e excecional, fugaz e magnífico, poético à sua forma doente de ser. Imperfeições são evidências, traços perfeitos daqueles que acreditam em si.
Não posso definir o peso das correntes que cercam minhas mãos, muito menos definir o amor que irei receber do mundo, embora simplesmente acredito que a vida não irá dar mais dor do que posso suportar.
Não existem monumentos em minha homenagem, nem mesmo canções em meu nome, mas reconheço no mais sublime amanhecer que o pesar dos sentimentos e o clarear das emoções não serão em vão, pois eu sei que possuo um sonho.
É nossa luz, não nossas sombras que nos assustam. Você precisa cavar fundo, muito fundo para descobrir o que realmente lhe faz feliz.
Dizer que não conseguimos é simplesmente fácil, mas sequer conseguimos olhar para nosso interior e descobrir o que fazer e como fazer, queremos possuir um porto seguro, mas sequer notamos a tempestade se aproximando.
Você acredita que possui confidência e que nunca pecou, mas você é uma bagunça. Os garotos procuram nos seus quadris o que não enxergam na sua personalidade.
Em algum momento além de caminho percorrido, você percebe que rosas machucam se tocá-las nos espinhos e que pessoas se afastam conforme tudo o que já dissemos e fizemos. Estar sozinho não significa estar solitário, mas estar solitário significa procurar por algo que você nem sabe o que é. A procura de ao menos paz para o coração. A procura de um coração.
Vejo um oceano azul e sinto o vento acariciar meu rosto. Sou a prova da vida, sou as memórias que você esqueceu. Relembro rostos que me iludiram e reabro cicatrizes que o passado aprisionou. Vejo o seu rosto, julgo seu sorrir. Sinto seus lábios, me arrepio com sua pele. Fecho meus olhos, vejo você. O último aceno, as lembranças que me obrigaram visitar este mausoléu de recordações. O oceano do tempo, as lágrimas que você derramou. A minha esperança, um pouco do que você deixou. Pois o tempo é eterno, e eterno são seus olhos. Eterno é o momento que passei ao seu lado na inocência de poder vê-la novamente. Mas agora que meus olhos se abriram e o sonho acabou, eu vejo um oceano azul. A vida parece tão diferente. Pálida, ilusória, sem sentido algum. Você era tudo que eu tinha e o nada que me restou. As nuvens se movem, o cronômetro da vida se move, praticamente tudo se move. Mas as memórias que você me deu estão acorrentadas, aprisionadas para sempre na eternidade. Pois eu sei que você se foi.