Eloisa Sabariego
Andarilha
Toco suave seus cabelos...
Na imagem transparente do passado.
Tão sutil, mas real foi o desvelo...
Em meus sentidos atravessado.
Tão suave teus cabelos castanhos...
Que hoje não existe mais
Teve morada no tempo, hoje estranhos...
Num tempo perdido que não volta jamais.
Posso então em outra dimensão...
A frágil linha que nos liga
Fazendo bater forte o coração...
Por um amor sincero em cantiga.
Passa o tempo que se perde na estrada...
E a saudade nela caminha
Até onde os olhos podem enxergar...
Levando a lembrança à ficar sozinha.
Sou andarilha da vida
Cada canto neste encanto já vivi
Partilhei desse amor e fui querida...
Amei intensamente, então parti.
O que passou a ser saudade...
Sentimento novo descobri.
Olhando bem longe adiante...
Tão transparente que esqueci.
Lá vem então a lembrança...
Que da saudade não se assemelha.
Parte depressa e deixa a esperança...
Do encontro ao rastro de nova centelha.
Sou andarilha da vida
Sou andarilha do amor
Pela longa estrada vivida...
Sem deixar rastro de dor!
Á margem dos sonhos não mora ninguém, sem sonho a vida é deserta, é estrada sem fim, é poeira constante, é opaca sem brilho, é apenas um trilho que corre sozinho, é farol na neblina clareia e não ilumina.
Sem sonhar a vida é mar sem porto de atracação, sem remo ou corrimão, é uma batida constante em ritmo alucinante, sem poesia sem utopia só reta,
Não presta.
Sonhar é prancha de surfar, é partir do medo e realizar é conseguir é chegar é o encontro da areia com o mar, sonhar é dar vida à uma projeção é dar vida nova aos corações é poder ser em duas dimensões. Bons sonhos!