Ellen D.

Não está sendo fácil pra mim acordar todos os dias e perceber que não te tenho mais aqui.

Me desculpe. Me desculpe. Por favor, me desculpe. Vou repetir de novo: Me desculpe. Sei que sou covarde, sei que me falta coragem. Porém, preciso disto. Preciso desistir aqui. Minhas forças esgotaram, minha motivação simplesmente acabou.. Você me entende? Eu sei que não, aliás, nunca entendeu não é mesmo? Eu queria ficar, eu queria continuar aqui. Queria ficar com você. Mas algo me obriga a sair, a ir embora, a correr, me esconder. Estou feliz, estou feliz realmente. Te ver feliz, me deixa feliz. Me pergunto todos os dias se essa foi uma escolha sensata a se fazer. Não foi muito boa pra mim tomar essa atitude de me afastar de você. Olhe eu aqui! Sofrendo as consequências disso tudo! Não está sendo fácil pra mim acordar todos os dias e perceber que não te tenho mais aqui. De repente olho pra trás e dá uma saudade, sabe? Uma nostalgia sem fim. É como se algo me puxasse, querendo me levar de volta. Querendo trazer de volta tudo aquilo, todo aquele sentimento que eu sentia por ti. Eu sempre olho aquela nossa foto no parque, que tiramos quando nos conhecemos. Fico horas olhando para ela. Fico horas imaginando a onde você está, com quem está… se está bem, se está feliz… Fico horas olhando para as nossas fotos e aos poucos vou me recordando das lembranças, das juras de amor, de tudo o que você me ensinou e o quanto eu era feliz com você. Era. Mas tudo se esfriou, essa é que é a verdade. O amor existiu e ainda existe dentro de mim. Espero que ele ainda esteja ainda dentro de você. Desculpe-me por tudo que eu lhe causei, desculpe-me pelos meus ciúmes excessivos, desculpe-me por ter feito você chorar enquanto era pra te fazer sorrir, desculpe-me pelos meus erros, desculpe-me por te amar tanto… E esse amor, ao invés de curar…tá me ferindo e te ferindo. Me desculpa.

Não entendo. Não te entendo. Sempre fizestes questão de me dizer todas as vezes em que conversavamos ▬ e sempre fizestes questão também que conversassemos ▬ que eu era tua princesa e que precisavas de mim mais que qualquer coisa. Sempre fizestes de tudo pra demonstrar o teu carinho por mim e me falar o quanto ele era “enorme”, e dizer também que esses quilômetros que separam nossos corpos não afetariam nossa amizade, pois estariamos juntas sempre por pensamento. Quantas vezes não pedistes para te contar o que havia acontecido que estava me entristecendo? Lembro-me muito bem de cada um desses “momentos”. Mas hoje eu paro e olho, e acabo percebendo que nem meu nome você deve saber mais. Que não deve lembrar nem como seria o conteúdo de meu blog e o horário em que estudo. Creio que não deve lembrar nem que quando seu sorriso sumia era eu quem o colocava de volta em tua face. Que foi eu quem te prometi que estaria sempre contigo, e sempre fiz questão de cumprir essa tal promessa. Eu tive paciência pra te escutar, pra escutar teus desabafos e ler com clareza teus problemas. Fiz questão de abrir teus olhos quando você não conseguia enxergar claramente, te livrar do mal, te proteger de todos os perigos e apesar de meu desconhecimento sobre a vida te mostrei o caminho certo a ser seguido. Segurei assim, de longe a tua mão e transferi todas as minhas forças pra você sempre que foi preciso. Mas agora te pergunto… O que me destes de volta? Não responda isso pra mim. Fale pra você mesma. Grite pra ti dentro de teu interior e pense, repense e tripense se o que fizestes foi merecido pra mim. Tudo bem. Eu sabia que você enjoaria de mim como as outras pessoas sempre fazem. Mas não sei… Acabei criando esperanças mesmo assim, e você fez questão de me mostrar que eu estava errada quanto ao que pensava de ti. Quero que me desculpe, mesmo sem minha pessoa estar errada. Mas, eu desisti de fazer amizades, e agora o que mais quero é afastar todos aqueles de mentira de perto de mim.

Eu tava aqui pensando. E sabe o que é horrível? É que minha memória é tão idiota e confusa que esquece recados, esquece de provas, atividades e de tudo que deveria ser realmente importante mas ela não esquece pessoas… Assim, tipo você. Ela insiste em me contrariar e não esquece dos momentos que chegaram a ser somente nossos e dos nossos sorrisos. Ela insiste em me lembrar todos os dias que você já fez, ou faz, parte da minha vida, e que aliás, você já foi, ou é a minha vida. E me faz lembrar das tuas manias e costumes. E falando nisso, me lembra que você contribuiu ▬ E bastante ▬ pra me tornar no que eu sou hoje. Mas eu vou dizer bem baixinho pra ti: Eu cansei de apontar os meus erros. Eu cansei dessa monotonia e desses dias que sempre tem as mesmas rotinas. E isso já não é mais novidade, todo mundo já sabe. Eu sempre insisto em repetir, ou melhor… Relembrar disso. Sempre que paro no tempo me entristeço ao lembrar e sentir que dentro de mim ainda bate um coração, que em baixo da minha pele ainda corre sangue vermelho e que as minhas veias ainda pulsam desesperadamente. Chego a ficar desesperada por saber que ainda posso me cativar e me apaixonar por algo, alguém e principalmente por palavras. Me revolto com esse tal de cérebro que as vezes me parece de enfeite por não ser usado com inteligencia o suficiente pra aprender que palavras são apenas palavras e elas o vento leva. Penso, repenso e tripenso e às vezes chego a conclusão que o problema sou eu mesmo. Por ser assim tão complicada, chata e confusa. Por nem eu mesma saber me entender e querer cobrar isso de todos ao meu redor. Por ser tão atrapalhada e desorganizada. Quando se trata de meu quarto até meus sentimentos. Me decepciono sempre comigo mesma ao parar no tempo, olhar para o nada e descobrir que não são as pessoas que me decepcionam mas sim eu mesma. Por sempre acabar criando expectativas e apostar demais em pessoas que não tem exatamente nada para me dar. E cheguei ao ponto de ser mais que complicada, chata e confusa. Cheguei ao ponto de minha vida e meu eu se tornarem uma coisa igualável ▬ ou pior ▬ a um dia de neve no inverno. De ser arrogante e desinteressante ao ponto de ninguém querer saber mais que meus dois primeiros nomes e quererem manter distância de mim. Hoje o medo me condena, me possui. E meu maior medo são das pessoas e de suas capacidades. Pessoas são o mais poderoso ser existente na terra. Pois possuem o mundo em suas mãos e conseguem controlar, manipular e machucar o “coração” de qualquer um que seja seu próximo. E de tão poderosas que são conseguiram transformar esse sentimento chamado amor em uma coisa banal e que é capaz de causar calafrios só em pensar em sentir. Larguei a meiguisse e a sensibilidade, peguei os sentimentos, guardei dentro de mim, tranquei as sete chaves e pedi para que escondessem num lugar secreto onde ninguém sabe. Antes de dormir peço pra que aos poucos ou até mesmo de uma vez só minha memória seja apagada e exatamente tudo seja retirado de mim. Principalmente esta maldita capacidade de gostar, amar e apegar. E também forças… Forças para aguentar e encarar com garra e com a cabeça erguida cada desafio e problema que a vida ira me prôpor e muita, muita, mas muita vontade de viver… De não querer desistir… Nunca.