Elizeu Moreira Paranaguá

Desejo violento
vontade sangrenta
de abraçar
e colorir
as asas
da borboleta

Eu sempre fico
nu para Deus,
mas ele nunca
ficou nu para
o sentido terrível
do meu ser.

Eu me chamo Elizeu
filho de Orpheu.
Desejo a rosa
que se eleva
até a luz do céu.

Eu danço como as ondas que são
sugeridas na forma da vida.
A vida gira na alquimia do coração
enquanto algo toma forma na medida.

necessariamente
guarda as coisas
no teu coração

Minha palavra cresce
como grito que chora
acima das aves e do vento
desde o alvorecer do dia

Minha palavra avança
de grito até as estrelas
de grito até as dores

Minha palavra anima
a pedra que se forma
na porta do invisível