(Eliezer Lemos

Encontrados 18 pensamentos de (Eliezer Lemos

“O homem aprendeu a voar como os pássaros. Agora só lhe resta descobrir como fazê-lo no mesmo silêncio”.

Inserida por Starman

O homem é o único animal que eu realmente temo. Nunca admirei muito a coragem dos domadores de leões. Pelo menos enquanto se acham na jaula do rei dos quadrúpedes, estão livres de ser atacados por outros homens. De resto, não há perigo em um leão. Ele não tem ideais, nem religião, nem credo político, nem cavalheirismo, ou preocupação de linhagem. Em suma, não há motivos para que ele destrua qualquer coisa que não queira comer.

Inserida por Starman

Apenas na imaginação o amor promete felicidade eterna, pois pela experiência descobrimos suas incontáveis dimensões. O amor, às vezes é alegria, às vezes é paixão, às vezes compreende momentos de doce serenidade entre os risos e a tristeza. Em geral, o amor é suavidade, embora possa também ferir. O amor está em constante mutação e se num instante um sorriso poderá fazer-nos diminuir o passo, em outro talvez surja um sinal de perigo que nos impelirá a avançar para agir, reagir, enfim, fazer o necessário, tomando uma decisão rápida.

Inserida por Starman

Manter a Felicidade...

Se a felicidade nos fossem entregue em bandejas de ouro ou prata, sem esforço algum e previsível sem trabalho árduo, como seria monótono e aborrecido!
Tudo isso me faz lembrar uma história sobre um homem que sonhou ter chegado ao grande deposito ou armazém onde Deus guarda os dons maravilhosos que concede à humanidade.
Disse o homem ao anjo guardião: “Estou tão cansado das misérias da vida na Terra! Em vez de guerras e aflições, luxúria e falsidades, precisamos de amor e alegria, paz e justiça. Por favor, dê-me um pouco dessas coisas!” O anjo sorriu e respondeu: “não fazemos estoque de frutos – apenas de sementes”.

Assim é com tudo o que tem valor na vida. E com a felicidade não é diferente.

Fazer um trabalho árduo torna tudo mais emocionante e compensador.

Inserida por Starman

Mudando de conceito

Todas as teorias feitas por homens do passado que em sua época demonstraram grande capacidade ou maior inteligência; alguns tiveram tempo antes de morrer e fazer mudanças em seus conceitos ou teorias, um bom exemplo destes foi Carl Sagan que antes afirmava que tudo aconteceu por acaso em uma grande explosão (Big Ban) e tudo se formou ou evoluiu, mas ele sempre procurou compreender e assimilar as teorias tanto suas como de outros grandes cientistas com a mentalidade de Deus.

Carl Sagan era muito curioso, inteligente, estudioso e uma coisa muito importante nele, fazia correções se necessário; uma delas foi dizer no final de sua vida, que nada existiu ao acaso, que jamais uma coisa tão imensurável que é o cosmo, o universo com suas medidas precisas e rotações, foram postas ali ao acaso.

Ele admitiu que teve um criador e que tudo tem explicação, o homem com certeza ainda não tem a capacidade de saber ou entender inteiramente, mas um dia o que hoje e mistério será desvendado e teremos uma clara explicação.

Inserida por Starman

“As escolas visam demais a ensinar aos alunos o que contém a mente dos outros e muito pouco a treiná-los a descobrir a capacidade de sua própria mente”.

Inserida por Starman

“Os livros são os veículos da civilização. Sem livros, a História é silenciosa, a literatura é muda, a ciência aleijada, o pensamento e o raciocínio paralíticos”.

Inserida por Starman

“Sou um eterno rabiscador de livros, escrevinhador de margens, um sublinhador obsessivo; e aprecio isso nos outros. Alguns dos livros de que mais gosto são os que foram manuseados por alguém de lápis na mão, de preferência um leitor que tenha usado o lápis há 50 ou 60 anos. Os comentários às margens têm o encanto das cartas particulares de um desconhecido, ou de um bilhete numa garrafa jogada ao mar”.

Inserida por Starman

Assim anda meu coração

Com minhas mãos
eu tento impedir que o vento
apague essa vela na minha vida,
A luz dela ilumina tão pouco,
sem ela eu fico no sufoco, na escuridão.
É assim que anda meu coração,
procurando lutar contra todos,
até contra mim mesmo,
pra vencer a solidão.
A cada ano eu saio queimado,
quantas marcas eu tenho nas minhas mãos,
vivo sendo jogado em qualquer canto,
tento não desanimar ou perder o encanto,
como é fácil receber um não e falar sim.
Quando é meu coração que deseja
estar ao lado de uma pessoa
vai chegar uma hora que não vou ter
aonde segurar.
Minhas mãos estarão livres,
já será dia e o sol vai iluminar minha vida.
Como é fácil receber um não e falar sim.
Quando é meu coração que responde
precisar de alguém que se esconde,
e se sentir perdido nessa ilusão.

Eliezer Lemos

Inserida por Starman

Carência

Passo o tempo todo,
ocupando o seu tempo...
quando o meu próprio tempo,
precisa ser ocupado.
O tempo sem ti não passa,
tudo fica no espaço,
Como uma nave-espacial,
Quando estás junto a mim,
tudo se torna um conjunto,
tudo se junta.
Quando partes,
parte de mim vai também,
eu me reparto ao meio,
mas o meio que fica,
parte em pensamento.
Tenho a consciência,
que te preciso,
mais precisamente por amor,
amor ao encanto,
que em nosso recanto,
sem ti não vive,
apenas sobrevive...

Eliezer Lemos

Distância...

Quando se ama, a distância é ruim
faz-me sofrer,
mas também faz-me amar-te.
Longe de ti a saudade aperta dentro de mim.
Ah! se pelo menos pudesse olhar-te,
mas a saudade gelada desfaz-se quando o sol
nasce em meu coração e quando escuto sua voz ao telefone.

E quando me procuras com um sorriso gostoso
toda alegre e descontraída
toda menina, toda mulher,
trazendo o teu amor ingênuo ou sem censura.

Então numa alegria incontida
como num conto de fantasias
deixando a distância para traz
e nos amamos sem tréguas
da forma que queres; momento sublime!

Todo amor, ternura e paz.

Teus lábios que beijo numa emoção incontida
são tão doces
parecem favos de mel!

Teus olhos anunciando
o prazer que vem do teu desejo
brilham mais que as estrelas do céu.
Eu te abraço carinhosamente num enlaço eterno
Então, quando a distância
deixa de existir entre nós
vejo como é bom ter-te em minha vida
deixamos de ser dois
e passamos a ser somente um.

Eliezer Lemos

Inserida por Starman

Ajuda tristeza

Mesmo quando se ajuda alguém,
sendo urgente a ajuda para nós,
virá à paz, a tranqüilidade, o equilíbrio
para o nosso eu se fortalecer ainda mais.

Será isso dotes de seres superiores?
Talvez.
Será isso amar demais?
Pode ser.
A arte de amar paira
acima de qualquer lógica.

Fala-se tanto em amar.
Quanta tolice, para tão divina coisa.
Como confundem o real sentido de amar...
Amar – é bom, nos alegra.
Amar – exclusivamente – Nos tornam presos,
não floresce.
Amar – Como você ama!

Eliezer Lemos

Inserida por Starman

É lamentável a atitude de passividade que assumimos perante os ataques egocêntricos de pessoas mal-educadas, desbocadas e brincadeiras perigosas..., que priva aos nossos direitos de desfrutar dos lugares públicos. A solução está a nosso alcance. Basta, que cada vez mais pessoas se manifestem, apoiem-se mutuamente e mostrem a esses mal-educados que nossos locais públicos não lhes pertencem.

Inserida por Starman

Dinheiro é algo que a gente ganha e depois perde, enquanto as amizades marcam a nossa vida para sempre.

Inserida por Starman

⁠A amizade

A amizade é um sentimento muito especial e algumas pessoas têm um modo todo especial de dar e demonstrar ser assim amiga: É dando o melhor de si mesma, é mostrando interesse por tudo o que a gente faz, é fazendo com que a gente se sinta bem desde o princípio; tudo isso porque mostram através de um sorriso o amor que têm pela vida e o coração generoso que têm dentro de si; essas pessoas amigas são tão especiais que sempre estão por perto, nos fazendo sentir como se o mundo estivesse cheio de alegria... e que devem fazer parte de nossas vidas...
As coisas mais importantes da nossa vida são aquelas que ficam em nosso coração: só os pequeninos detalhes dos quais somos parte, do sorriso que sempre está pronto a dar, e palavras de estímulos que iluminam os dias.
São essas pequenas coisas que a gente às vezes sequer percebe no nosso dia a dia que vão ficar em nossos corações com profundo carinho, são nossos tesouros construídos de lembranças que guardamos, ano após ano, através de toda a nossa vida...
E assim me parece ser você, pelo (que sempre demonstrou ser) o belo ser humano que é, continue sempre assim ok?
Foi esse seu lindo jeito de ser que me cativou e fez com que surgisse uma amizade verdadeira, sincera e honesta...
Que você sempre seja essa pessoa superlinda que você é... e que construiu durante esse tempo que a gente se conhece esse tesouro de lembranças de carinho e vida, que nada - nem ninguém - poderá tirar do roteiro, pois ele é: único, indivisível, pessoal, permanente e correspondente aos valores que realmente valem alguma coisa, muito mais que qualquer bem material que possuímos e ou podemos vir a adquirir.

⁠A arte de escutar
Escutar é a outra metade de palestrar; se deixarem de ouvir-nos é inútil falar – ponto de vista nem sempre considerado pelos que falam.
Escutar não é tão simples quanto parece. Compreende a interpretação tanto do sentido literal das palavras quanto da intenção daquele que fala.
Se alguém diz: “Olá, Jim, seu malandro velho!” as palavras são em si insultuosas; mas o tom de voz provavelmente indica afeição.
Na maioria não somos bons ouvintes. Em geral, falamos mais do que ouvimos. O espírito de competição da nossa cultura qualifica altamente o modo de expressão mesmo que a pessoa que fala nada tenha a dizer. O que lhe falta em conhecimento, procura suprir falando depressa e esmurrando a mesa. E muitos de nós, enquanto aparentemente escutamos, estamos no íntimo preparando uma observação que deixará os outros de boca aberta. Contudo, não é falta de hábito.
Considera-se escutar como uma ação passiva, a qual pode, entretanto, se transformar em processo bastante ativo – algo que põe à prova a nossa inteligência. Eis que uma corrente de mensagens nos chega para ser decifrada: em que medida nos aproximará do seu real significado? Que nos tenta dizer o interlocutor? Até que ponto o conhece; o que diz? O que é que ficou omitido? Quais são os seus motivos?
Às vezes, apenas quarta parte do auditório compreende o que diz a pessoa que está falando. A fim de apurar o ouvido dos seus membros, o Conselho de Educação de Adultos de Nova York inaugurou algumas “clínicas de atenção auditiva”. Um dos membros lê em voz alta, enquanto os outros, ao redor da mesa, concentram-se no que ele diz. Mais tarde resumem o que escutaram e procedem ao cotejo das impressões individuais – descobrindo muitas vezes que essas impressões diferem amplamente entre si. Pouco a pouco os estudantes-ouvintes vão progredindo e freqüentemente transferem a sua nova habilitação para o terreno dos negócios e para a vida doméstica. Disse um desses membros do Conselho:
– Descobri que se desenvolvia em mim uma nova atitude: a tentativa de compreender e interpretar as observações dos meus amigos dentro do ponto de vista deles, e não do meu, tal como fizera até então.
Há alguns anos, o Major Charles T. estes, do Serviço Federal de Conciliação dos Estados Unidos, foi chamado para resolver um litígio que havia muito tempo vinha se delongando entre uma empresa e sindicatos a ela ligados. O Major começou por inventar uma técnica de escutar que tem tido, desde então, ampla aplicação nos setores trabalhistas. Pediu ele aos delegados, tanto patronais como operários, que lessem em voz alta o contrato anual, então em litígio. Cada artigo era lido por uma pessoa diferente e, depois, todos juntos o discutiam. Se uma disputa começava a se formar, a cláusula era posta de lado para exame posterior.
Dois dias depois, os delegados conheciam realmente as estipulações do contrato e estavam aptos a voltar e explicar aos colegas, patrões ou empregados, o conteúdo do documento.
– Com isso nós os ensinamos a se comunicarem – informou o Major.
O contrato não foi refeito e continua em vigor há mais de dez anos, com pequenas alterações. A atenção à leitura conseguira tornar boas as relações de trabalho, anteriormente péssimas.
Carl R. Rogers, psicologista da Universidade de Chicago, sugere uma brincadeira a ser praticada em festas. Suponhamos que uma discussão generalizada – digamos, sobre as eleições na França – se torne acrimoniosa. Rogers pedirá então aos presentes que façam uma experiência: antes que Jones, ansioso por falar, possa responder a uma afirmação de Smith, deve resumir o que Smith disse – em termos, porém, aceitáveis por este último. Qualquer tentativa de torcer ou desviar o que foi dito será, pois imediatamente corrigida pelo autor da afirmação. Isso implica em atenção cuidadosa, a qual contribui para abrandar a paixão dos que discutem.
O resultado é que cada uma das pessoas reunidas, à medida que todos escutam e repetem, vai adquirindo conhecimento amplo do ponto de vista do interlocutor – ainda que não concorde com ele. Com toda a probabilidade adquirirão melhores noções sobre o tema em debate, coisa que raramente acontece nas ruidosas discussões a que estamos habituados. Essa experiência exige coragem, explica Rogers, uma vez que, pondo-se a gente no lugar do outro, corre-se o risco de abandonar a posição tomada.
F. J. Roethlisberger, da Escola de Comércio da Universidade de Harvard, num estudo recente sobre cursos de treinamento para supervisores, descreve um fato bem significativo no ato de escutar. Um dos dirigentes chama ao seu gabinete o capataz ou encarregado Bill, a fim de o informar a respeito duma alteração no departamento do dito Bill. Certa moldagem deverá ser substituída por processo manual, e o diretor diz a Bill como deve fazer a substituição.
Bill retruca: – Será mesmo?
Acompanhemos duas atitudes que o chefe pode tomar nessa altura. Suponhamos primeiro que ele entende que o “Será mesmo?” significa que o encarregado não sabe executar a nova tarefa e que ao chefe compete ensiná-la. Em vista disso inicia a explicação, clara e logicamente. Contudo, Bill mostra-se evidentemente inacessível e, no íntimo do chefe, começam a acontecer coisas: “Será”, pergunta ele aos seus botões, “que perdi o poder de me exprimir com clareza? Não. Bill é que não entende o que a gente diz – é um burro”. E o olhar que acompanha esse pensamento faz com que Bill se torne ainda menos comunicativo. E a conversa termina em absoluto desentendimento.
Mas, sugere Roerthisberger, pelo “Será mesmo?” de Bill, que o encarregado está perturbado e procura descobrir o motivo dessa perturbação. Diz ele:
– Como é que você acha que devemos fazer a alteração, Bill? Você está há muito tempo nessa seção. Quero ouvir a sua opinião.
Desta vez, as coisas se passam no íntimo de Bill. O chefe não está só dando a ordem, está querendo escutar. E as idéias lhe ocorrem, lentas a princípio, depois mais depressa. Algumas dessas idéias são excelentes e o chefe fica realmente interessado no que lhe diz Bill: “O camarada é mais esperto do que eu pensava!” E uma reação positiva e crescente se estabelece, pois Bill também passa a achar que nunca dera ao chefe o seu justo valor. E a entrevista termina em absoluta harmonia.
No primeiro caso, o chefe não escutou o que lhe disse Bill, apenas deu-lhe ordens; e embora a elocução das ordens tivesse sido suficientemente clara, seu objetivo não fora atingido. No segundo caso, o chefe escutou até localizar a causa da atitude de Bill; e daí para diante os dois estiveram de pleno acordo.
Até agora estivemos tratando da atenção compreensiva nos contatos pessoais, aquela cujo objetivo é apreender o que deseja exprimir o nosso interlocutor. Mas a atenção crítica também é necessária, num mundo cheio de propaganda e publicidade agressiva. Daremos a seguir algumas das técnicas que contribuem para o desenvolvimento da atenção crítica, necessária quando ouvimos um discurso ou uma conversa, uma arenga de vendedor à nossa porta, ou o depoimento de uma testemunha perante o júri.
Procuremos os motivos por trás das palavras. Estará o interlocutor, ao apelar para símbolos queridos e aceitos por todos, tais como Lar, Mãe, Pátria, Nossos Gloriosos Antepassados, etc., contornando a necessidade de pensar, ou, ao contrário, estará realmente procurando pensar? Muitos discursos políticos são solidamente ornados de símbolos que o ouvido bem treinado pode identificar de longe.
Estará o interlocutor apresentando fatos ou conclusões pessoais? Com a prática poderemos habituar o ouvido a fazer essa distinção, em palestras que versam sobre assunto político ou econômico, bem como acompanhar as mudanças dum plano a outro.
O ouvinte deve, também, levar em consideração a sua própria atitude em relação àquele que fala. Será ela parcial, estará contra ou a favor? Estará sendo justo, objetivo e compreensivo?
Em suma: a atenção cuidadosa procura ativamente descobrir a respeito dos acontecimentos, quais devem ser suas necessidades e objetivos, que espécie de pessoa é ele. Essa avaliação só pode ser empírica, mas pode representar uma ajuda positiva para lidarmos com ele, e para lhe darmos a resposta justa.
Outra coisa: descobri que escutar atentamente me ajuda a ficar calado, em vez de tagarelar. Os melhores ouvintes escutam com atenção alerta, esperando aprender algo e contribuindo para criar ideias novas. Você está escutando?
Eliezer Lemos

Inserida por Starman

⁠Aprenda a viver sozinho

Parece estranho e paradoxal, mas os que se preparam para viver sozinho e isolado, nunca terão que fazê-lo. Certa vez, depois de jantar com uma das mulheres mais sensatas que conheço, ficamos conversando longamente sobre um assunto que sempre interessou a humanidade – como ser feliz na vida. E ouvi-lhe esta observação que me impressionou pela sua sabedoria: “Estou educando minha filha para viver sozinha”.
Não queria dizer com isso que desejava ver a menina ficar solteirona ou fazer-se freira. Sua esperança é que a filha se case, tenha um lar, filhos, viva plenamente a vida. Mas acha que um dos meios de ter felicidade e harmonia entre membros da família é saber viver só.
Raramente a mulher encontra no marido interesses idênticos aos seus, ou as qualidades sonhadas na juventude. O casamento, entretanto, não tem que ser infeliz por causa dessas falhas. Pode muito bem se tornar fonte de felicidade e dum ambiente gerador de confiança, tão essencial à boa formação e educação dos filhos.
Aprender a viver só, significa achar dentro do nosso próprio espírito e imaginação, uma existência plenamente satisfatória, sem recusar qualquer coisa aos outros. Mental e espiritualmente, equivale a termos para nosso uso exclusivo um quarto numa casa repleta de atividades infantis e de objetos de uso de crianças.
Neste sentido, “viver só” significa, em parte, capacidade de achar prazer em pequenas coisas. Os que cultivam o tesouro da vista e da audição não sofrem de tédio nem de fadiga espiritual. Para eles, forma caprichosa duma nuvem, o jogo de luz e sombra numa paisagem de inverno, a poesia dum jardim na primavera, deliciam o espírito, refrescam a alma e criam um novo mundo. São prazeres que nada pode corromper ou remover, que não dependem de dinheiro nem de equipamento material. São prazeres de todas as idades e de todos os tempos, que nos permitem conservar na idade madura e herança preciosa de nossa infância – a capacidade de enxergar o mundo com olhos admirados.
Os livros são indispensáveis à arte de viver só, livros que amenizam e aquecem um mundo hostil e frio; que trazem para nosso lado os mais nobres espíritos e os mais magnânimos corações do mundo; que nos dão acesso imediato às mais eloquentes vozes, aos mais alegres companheiros. Os livros nunca falham na tarefa de nos levantar o ânimo.
Neste variado mundo interior existem também tais tesouros de música, escultura, pintura, arquitetura e ciência, que ninguém será levado a viver de maneira mesquinha e estreita, exceto se deliberadamente se condene à pobreza de espírito.
Era tudo isto que minha amiga se referia ao dizer que estava educando a filha para viver só. Desejava dotá-la duma prenda que por sua própria natureza se tornasse, com o decorrer do tempo, cada vez mais valiosa. Além disso, moviam-na outras considerações, aplicáveis a todos nós.
Cada um de nós está, de certa maneira, encarcerado na cela de seu cérebro. Tentamos fugir ao cativeiro por meio do amor, da simpatia, da afeição, da compreensão; de conversas, em que expressamos nossa personalidade e escutamos as explicações dos outros. Nunca, porem, se obtém fuga completa. Em vão procuramos tocar corações alheios, em vão tentam eles tocar os nossos. É aconselhável, portanto, que nos preparemos para o mundo dentro das paredes da prisão de nosso próprio ser.
Não somente estamos isolados, neste sentido, como estamos impossibilitados de evitar doenças, perda de faculdades físicas, morte de entes queridos, talvez reveses financeiros. Como poderemos deixar de constituir um peso para nossos amigos e parentes? O recurso está em desenvolvermos plenamente o espírito e a capacidade de vivermos sozinhos.
Finalmente, a mulher tem de preparar-se para a fase de vida, mais precoce para ela que para o homem, em geral, já não poderá confiar nas graças físicas como fonte de companheirismo conjugal, de amizade com outras pessoas, de camaradagem com os filhos. Se não estiver preparada, pode, aos cinquenta anos, ver-se distante do mundo, seca, terrivelmente entediada. Mas o paradoxo está em que estiver pronta para essa emergência, nunca terá de viver sozinha, porque onde quer que vá há de levar consigo um mundo interior fértil, transbordante. Não importa qual seja sua idade e sua aparência, será sempre bem recebida como mulher amável, alegre, estimulante e atraente. Manterá o interesse do marido, a camaradagem dos filhos, desfrutará a amizade dos que sentem o calor reconfortante vindo de seu espírito largo e de seu coração terno.
Para nossa felicidade, existe dessas mulheres em toda parte – mulheres interiormente felizes, encanto da sociedade, ornamento de nossa civilização.

⁠Jogando fora uma oportunidade
Certa manha bem cedo, antes do nascer do sol, um pescador foi ao rio.
Chegando a margem, sentiu alguma coisa sob seus pés, e descobriu que era um saquinho de pedras.
Ele apanhou e, colocando sua rede ao lado, sentou-se na margem do rio para esperar o sol nascer.
Esperava pela alvorada para iniciar seu dia de trabalho.
Preguiçosamente, pegou uma pedrinha de dentro do saco e atirou-a a água.
Depois apanhou outra e mais outra, na falta do que fazer, continuou jogando as pedrinhas na água, uma após outra.
Lentamente, o sol foi surgindo e iluminando.
A essa altura ele já havia jogado todas as pedras, menos uma, a ultima ficou em sua mão.
Seu coração quase parou quando viu a luz do dia, o que segurava nas mãos.
Era uma pedra preciosa. Isso mesmo; eram diamantes.
No escuro, ele havia jogado um saco inteiro delas, o que havia perdido sem saber.
Cheio de pesar, amaldiçoou a si mesmo. Lamentou-se, chorou e quase enlouqueceu de desgosto.
Acidentalmente, havia encontrado a possibilidade de enriquecer pelo resto da vida, mas na escuridão, por ignorância havia perdido a chance.
Por outro lado, ainda teve sorte, sobrara-lhe uma pedra, a luz havia surgido antes que ele a tivesse jogado.
Geralmente as pessoas não tem tanta sorte.
Há escuridão por toda parte e o tempo voa.
O sol ainda não surgiu e já desperdiçamos todas as pedras preciosas da vida.
A vida e um imenso tesouro e o homem não faz nada alem de jogá-la fora.
No momento em que compreendermos a importância da vida, o tempo já passou.
O mistério, o segredo, a graça, a redenção, o paraíso, tudo e perdido.
E a vida é desperdiçada.
Eliezer Lemos