Eliézer Aguiar
Os meus pés são só meus e sem iguais
E diferem esquerdo de direito.
Meu caminhar jamais será perfeito,
Mas será feito com meus ideais.
Não ancoro meu barco em qualquer cais
Nem espero a ajuda de alguém
Pois é na incerteza e no vaivém
Que meus sonhos eu vou realizando.
Eu caminho descalço, mas não ando
Invejando os calçados de ninguém.
Glosa: Eliezer Aguiar
Mote: Izabel Nascimento
Eu cresci e só grande descobri
A cabeça cheirosa de mainha
E de cima vendo que tá branquinha
Me dou conta que a descolori
Mas DEUS sabe que me arrependi
De tudo que um dia a fiz passar
E a idade serviu pra acumular
O amor que agora tenho dado
O amor que mãe tem manifestado
Não há quem o consiga mensurar.
A presença da mãe é proteção
Segurança e também tranquilidade
Sempre ver o filho com pouca idade
Pode ser um jovem ou ancião
É que ela traz em seu coração
Algo que ninguém pode decifrar
Projetado por DEUS só para amar
Por ninguém pode ser manipulado
O amor que mãe tem manifestado
Não há quem o consiga mensurar.
Compartilho alegria
Com quem vive do meu lado
Mesmo estando abalado
Com o caos do dia a dia.
Quero em minha companhia
Gente que sinceramente
Sei que não vai ‘tá ausente
Quando ao topo eu chegar.
O meu pódio é um lugar
Onde cabe muita gente.
Se quiser andar sozinho
É certeza ir ligeiro,
Mas o caminhar certeiro
É com alguém no caminho.
Muitas vezes um carinho
Alivia nossa mente.
Um alguém sendo presente
Torna leve o caminhar.
O meu pódio é um lugar
Onde cabe muita gente.
Quando Deus muda a cor do horizonte
E as estrelas acendem no pináculo
O meu peito se livra de obstáculo
Para nele receber tua fronte
E as memórias no tempo fazem ponte
Te lembrar torna a minha cama quente
E em sonho te vejo sorridente
Por estar do meu lado aconchegada
A gravura da noite enluarada
É o palco romântico mais descente.
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Rariosvaldo Oliveira
Não importa para aonde for
Não importa onde eu estiver
Não importa o que alguém disser
Serás sempre mais que um genitor
O viver que ensinas com amor
Para sempre vai me abastecer
Impossível será te esquecer
Tu és único e jamais terá estepe
Meu lugar preferido não tem CEP
Ele tem CPF e RG.
No futuro traçado em minha mente
Tem meus filhos brincando de carrinho
Na careca lisinha de painho
Com mainha ao seu lado sorridente
Também há muito espaço para a gente
Incluir o que tu tens planejado
E então tudo junto e misturado
Colorir um destino a quatro mãos
Revestindo a pintura com demãos
Do verniz de amor concretizado.
Com a força dos meus passos
Ponho o mundo em movimento.
Transito pelos espaços
Nem tão rápido nem tão lento.
Pois há curvas no caminho
Que nos põem em desalinho,
Às vezes atordoados.
Mas olhando à paisagem
Que enfeita a viagem
Seguiremos motivados.
Se em branco chegar-te essa missiva
Não reclames do pobre remetente
Que tem buscado ser um depoente
Do que faz sua alma ser cativa.
Se manchada for essa narrativa
E o sentido estiver comprometido
É que o peito batendo combalido
Poucas forças tem para se expressar
E o olhar que vive a lacrimejar
Prejudica o poema redigido.
Retoquei do piso ao teto
Removendo as lembranças
Consertando as lambanças
Que surgiram no projeto
Procurando ser discreto
Pensei tê-lo renovado
Mas descobri abismado
Não ter surtido efeito
Cada canto do meu peito
Tem o seu nome gravado
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Luiz Ademar
O que pode surgir no horizonte
Será sempre melhor que o que passou
Do passado o legado que ficou
Usará o presente como ponte
Pro futuro agirá como uma fonte
De alimento perene para a mente
E ao mantermos o peito sempre quente
Todo dia um milagre sai do forno
A estrada da vida é sem retorno
O caminho a seguir é sempre em frente.
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Regiopidio Lacerda
No carteado da vida
Goste ou não do crupiê
É preciso que você
Seja senhor da medida
Iniciada a partida
Cuide da carta que entrega
Pois na hora da refrega
Não há vez pra ato falho
A vida traça o baralho
A carta é você que pega.
Não reclame de camaço
Nem tema levar sueca
Se o sucesso te obceca
Mil cuidados com o abraço
Porque pode ser um laço
Frágil que não recarrega
Suas forças e sonega
Seu vigor para o batalho
A vida traça o baralho
A carta é você que pega.
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Iponax Vila Nova
A semente do ódio é irrigada
Com as lágrimas da falta de amor
E a cura que há pra nossa dor
Não é rara nem cara quando dada
Vejo massa aos montes preparada
Pra alimento mostrando-se incapaz
De aplacar o necessitar voraz
Que se espalha da elite ao submundo
Quatro fomes se espalham pelo mundo:
A de pão, de amor, saúde e paz!
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Cidoval Morais
Eu não encaro de frente
A saudade que carrego
Tampouco sou um descrente
No oceano em que navego
Mas é duro acreditar
Que algo vai transformar
Essa minha nostalgia
Pois não há diapasão
Pra afinar meu violão
À música de alforria.
Necessito de espaço pra voar
Mas o céu da sua boca é curto e baixo
Quando abro as asas não me encaixo
Se as fecho me sinto incomodar
Necessário me é se libertar
Do teu riso que é falso paraíso
Articulo um lance de improviso
Pra traçar uma nova trajetória
Vou pedir liberdade provisória
Dessas grades que têm no teu sorriso.
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Maurílio Sampaio