Eliana Mora
Vem, porque sem ti
a vida é liberdade sem tormento
valsa dançada sem entrosamento
: casa vazia, sem flores na janela.
Eliana Mora, 04/10/2006
Borboleta
minha saudade é assim:
vai contigo pelo mundo
leva na asa_ um jardim.
Eliana Mora, 27/02/2008
Prece
Preciso do veludo
dos teus cílios
da maciez
e da audácia do
teu cheiro
da embriaguez
que vem da
tua boca
Preciso te tocar
preciso voltar
a ouvir
o som
do teu corpo
Tu, poeta
a fala inquieta
um código meio solar:
pelo tom, fragmento de asteróide...
Eliana Mora, agosto/2009
Jardineiro fiel
_____*
Tuas pétalas caídas
colava uma por uma
[inventava uma raiz...]
________*
Eliana Mora, 01/12/2007
Sempre tua vez
de aparecer de dia
a decorar as nuvens do meu quarto :
não há novo eu - nem novo tu.
Eliana Mora, 25/9/2011
Aquela conta do meu brinco
é gota transparente
esverdeada :
sonho de beijo teu.
Eliana Mora, 12/03/2008
E quando está tudo estranho...
aparece uma flor
nascida do improvável
[no asfalto da tua estrada]
Eliana Mora, 28/set/2012
Mãos delicadas
pousam na própria angústia.
Fosse ela animal de estimação
acalmava-se - e dormia.
Eliana Mora, 14/agosto/2003