Elian VS
É meu território
Meu pensamento é território
Que só eu posso alcançar
E ele é livre para pensar
E quando pensa em você
Então me aposso e posso sonhar
Chaplin já dizia que
"Existe um lugar
Onde ningúém pode tirar
Você de mim
E este lugar
Chama-se Pensamento...
E nele, você me pertence"
Meu pensamento é assim
Tráz você para mim
E nada pode te afastar
Meu pensamento é soberano
E só eu sei o que pensar
E isso...ninguém pode mudar
E de mim...ninguém vai te tirar
Nem mesmo...você
Durmo
Durmo...
Meu sono livre
É quando me sinto
de volta à vida
Leve e solta
Sem peso nenhum
Voando no espaço
Que conheço cada palmo
E vou de encontro
À quem me espera
Na calada da noite
Sem mais distância
Separando e impedindo
O olho no olho
O toque desejado
O amor enfim...
Durmo...
Meu sono libertador
E é quando me fortaleço
Ao te encontrar
Para quando amanhecer
Me restar forças
Na vida inócua
E sem sentido
Que me espera e me suga
À cada amanhecer...
Durmo...
Meu sono de luz
Onde encontro a paz
E a felicidade
Por estar livre
Sem pressa e sem peso
Enquanto te olho
E te sinto comigo
Selando o destino
Dos nossos espíritos
Separados na vida
De um amargo despertar
Então eu...durmo
E porque sou dúbia
Estouro e explodo
Xingo e praguejo
E peço desculpas
E deixo partir
Quem não sabe sentir
Que sou duas ou mais
E não sei voltar atrás..."
Quero poder tirar minha blusa
E ver que o tempo passa
Olhar meus seios já caíndo
Sem silicone, sem plástica
Sem nenhuma falsidade
Quero a beleza da natureza
Posto que sou flor mulher
Que nasce, cresce e envelhece
E quando o meu tempo houver passado
E o meu sino tiver tocado
Que se escreva em minha lápide
Aqui jaz uma mulher de verdade"
É preciso ter coragem
Para saber decidir
Entre o certo e o errado
Ludibriando a vontade
De estourar seus próprios miolos
Quando seus fantasmas assombrarem
Sua mente perturbada"
O fio da navalha
É preciso ter coragem
E arcar com as consequências
De dicisões tomadas
Que a vida te cobra
Em troca da sua paz
Ou do seu inferno
É preciso ter coragem
Para saber decidir
Entre o certo e o errado
Ludibriando a vontade
De estourar seus próprios miolos
Quando seus fantasmas assombrarem
Sua mente perturbada
Ter a garra necessária
Pra seguir em frente
Sem contar com os anjos dizendo amém
Fazendo de si mesmo a sua força
Não se deixando levar pela fragilidade
Dos sentimentos embaralhados
Ou de sonhos despedaçados
É preciso ser forte
E morder o fio da navalha
Acreditar na sua coragem
Lutar enquanto aguentar
E mostrar pra todo mundo
Que nem tudo está perdido
E você não é um vencido
Amanhã é outro dia..."
In... Grata
Sou grata ingrata
Que faz da gratidão
Castigo, prisão...
Persona non grata
Na gratidão do coração
Na paz do meu espírito
Que vaga ingrato
Sem a grata sensação
De se sentir grato
Em sua imensa vastidão
De espírito ingrato...
Sou ingrata sem graça
Que não sabe ser grata
E sente o peso da gratidão
Se impondo em minhas costas
E gritando aos quatro ventos
Que a minha ingratidão
É o preço a pagar
Pela minha liberdade
Que mais tarde virar cobrar
A ingratidão que me fuzila
Por não saber ser grata
À quem por mim foi grata...
A gratidão me cobra
O preço da ingratidão
E eu... ingrata pago
Por não saber ser... grata
Sonho de menina
Sonhei
Um sonho de menina
Brincando com as estrelas
Dançando com um cometa
E me vi assim
Brincando com as estrelas
Pulando amarelinha
No cruzeiro do sul
Em pleno céu azul
Fiz festa com a lua
Que faceira flutua
Iluminando as cirandas
Das estrelas crianças
Contei as estrelinhas
Que me meteram medo
Prometendo uma verruguinha
Na ponta do meu nariz
Quantas peraltices eu fiz
Na noite em que fui feliz
Passeando na via láctea
Sem lembranças nebulosas
Em meio à nebulosa
E dancei...
No rastro de um cometa
Até o dia clarear
E eu, de felicidade me embriagar
Até a hora de acordar...
Eu quero ir embora
Bater minhas asas e voar
Deixar livre meu espírito
Que é nômade cigano
Aqui não é o meu lugar
E me sinto presa
Tal qual pássaro em gaiola
Que só faz trinar lamentos...
Pássaro engaiolado
Eu quero ir embora
Bater minhas asas e voar
Deixar livre meu espírito
Que é nômade cigano
Aqui não é o meu lugar
E me sinto presa
Tal qual pássaro em gaiola
Que só faz trinar lamentos
Quero a imensidão dos céus
Sobrevoar o azul do mar
Pousar em florestas para descansar
Beber água dos rios
Sentir o sabor do vento
E nele me deixar planar
Sem pressa nenhuma de voltar
Para esse ou qualquer lugar
Eu quero ir embora
Abrir essa gaiola
E sem medo nenhum
Me lançar espaço afora
Há tanto tempo aprisionada
Estou perdendo minhas asas
O meu jeito de voar
Mas ainda assim...quero tentar
Abram essa gaiola
Me deixem ir embora
Meu canto é tão triste
Que já nem sei se ele existe
O que sei é que o tempo é pouco
E se não abrirem logo a gaiola
Não me restará forças sequer
Para eu tentar...ir embora...voar
...Alma cega
Que sente a escuridão
Que grita em silêncio
Que sofre calada
É alma penada
Que vive sentindo
As dores de um nada
Esperando a passagem
Da sua liberdade
De volta à eternidade...
Alma penada
Viajante no tempo
Alma errante
Em busca de si
Perdida na estrada
Sem saber onde chegar
Sem entender o caminho a traçar
Alma que vaga
Sem destino certeiro
Sabendo que tem que chegar
Em algum lugar
Alma cansada
Com vontade de parar
De se entregar
Mas sem coragem de recomeçar
Segue trôpega à andar
Procurando se encontrar
Seu destino achar
Uma luz para a iluminar
Uma mão para a guiar
Alma cega
Que sente a escuridão
Que grita em silêncio
Que sofre calada
É alma penada
Que vive sentindo
As dores de um nada
Esperando a passagem
Da sua liberdade
De volta à eternidade
...Assim como as minhas verdades
São mentiras para tantos
Que nelas não acreditam
E me tomam por desvairada
Excêntrica, despirocada
São verdades e mentiras
Mentiras e verdades
De mentes sãs e dementes...
Mentes distorcidas
As vezes me perco
Sem saber definir
As mentiras e verdades
Que a vida apresenta
Talvez pra mim sejam mentiras
Mas pra quem as diz
São verdades inventadas
Que jamais serão mentiras
Para quem nelas acredita
Assim como as minhas verdades
São mentiras para tantos
Que nelas não acreditam
E me tomam por desvairada
Excêntrica, despirocada
São verdades e mentiras
Mentiras e verdades
De mentes sãs e dementes
Impossíveis disgnósticos
De poetas e filósofos
Que fazem das palavras
Armas de estudos
De outras mentes curiosas
Que na clausura de seus dons
Apreciam o embate
Apenas lendo e observando
A loucura e sanidade
De quem pensa ser mentira
O que escreve como verdade
...Então roubava de mim mesma
E escondia a maioria
E essas...ahhh...essas eu não dividia
Comia sozinha e escondida
As minhas jujubas preferidas
Jujubas
Era assim...bem pequenina e moleca
Correndo descalça pelas ruas
Fazendo mandado pra vizinhança
Que pediam para comprar na venda
Na leiteria e no açougue
E eu...juntando pratinhas
Que cobrava por meus préstimos
Para quando, no fim do dia
Já cheia de pratinhas
Corria até a venda
E gastava tudo em jujubas
Docinhas e coloridas
Que eu escondia dos irmãos
Pra não ter que dividir
Mas quando a mãe me via chegar
Com o saquinho de papel
Das balinhas açucarada
Me fazia dividir e contava
Uma a uma por igual...
Eu já sabia e esperava
Então roubava de mim mesma
E escondia a maioria
E essas...ahhh...essas eu não dividia
Comia sozinha e escondida
As minhas jujubas preferidas
...A sua luz é sua cruz
A estrela se apaga
É fria e solitária
Então finge ser feliz
Nos palcos da sua vida
Sem perceber que ela passa
E o tempo não volta atrás...
Estrela solitária
Acendam os holofotes
Joguem o foco na estrela principal
Que não sabe viver sem luz
Precisa do aplausos de seu público
Precisa se sentir deusa
Adorada e requisitada...
Que se faça apologia
Dos seus encantos no palco
Que se peçam seu sorriso
Que implorem sua atenção
Que se percebam seu desdenhar
Que venham em peso à louvar...
Que façam fila para a tocar
Enquanto ela passa sem à ninguém olhar
É estrela e precisa brilhar
Pois sabe que quando se fecham as cortinas
A realidade se expõe escondida
Na estrela entristecida
Sozinha e sem ninguém...
A sua luz é sua cruz
A estrela se apaga
É fria e solitária
Então finge ser feliz
Nos palcos da sua vida
Sem perceber que ela passa
E o tempo não volta atrás...
Inventa mil amores
Tenta mil faces
Se diz tão cortejada
Mas no fundo é solitária
E no fechar das cortinas
Sua verdade, nela...desaba
E se...
E se não mais te encanto
Praque ouvir teu canto
Que me fere os ouvidos
Invadindo minha alma
Lacerando minha carne
Que treme e vacila
Ao te ouvir cantar...
E se já não te faço falta
Praque insistir
Nessa vontade louca
De te ter e te ver
À todo instante
Te sabendo distante
E ainda pior
De mim ausente...
E se me faço vítima
Melhor levantar
Criar vergonha na cara
Abraçar outros braços
Forçar te esquecer
Seguir meu viver
Parar de sofrer
Feito mero marionete
Conduzido por você...
E se vou tentar
Melhor conseguir
E da minha vida te riscar
Sem tentar voltar
Ao precipício que o teu olhar
Tenta o tempo todo me jogar
Não permitindo eu respirar
E tão pouco me encontrar...
E se vou lutar
Saiba que eu vou ganhar
E no passado te deixar
E no passado...te enterrar...
...Vai poeta
Rasga o teu verbo
Cria a tua história
Deixa a tua rima
Contar a tua vitória
Faz dela a tua glória
Sem palavras aleatórias...
Palavras aleatórias
Poeta...
Não se deixe levar
Não permita que sua mente
Te faça mergulhar
Em rimas sem sentidos
Em dores e amores
Que te fazem penar...
Faz da tua poesia
Palavras de alegria
Que instigam à magia
Sem falar de heresia
Ou mesmo da burguesia
Que te tiram a fantasia
E te jogam na melancolia...
Ah poeta...
Faz do teu rimar
Coisas de alegrar
Quem vem te folhear
E com a alma devorar
O teu intenso rabiscar
Sem medo de errar
Em tudo o que vai falar...
Pois que é o teu interior
Que de fato, estás a expor
À quem tem olhos de ver
E cabeça de entender
Ao resto, poeta
Pouca diferença faz
E até te fazem o favor
De não lerem ao teu expor...
Vai poeta
Rasga o teu verbo
Cria a tua história
Deixa a tua rima
Contar a tua vitória
Faz dela a tua glória
Sem palavras aleatórias...
De sonho à pesadelo
Sou eu teu pesadelo
Que um dia foi teu sonho
Espectro de um passado
Que vai e volta sem parar
Sou marola teimosa
Num vai e vem sem fim
Por vezes calmaria
Por outras furacão
Sou eu quem te faz bem
Para depois te trazer o mal
No vácuo de um tempo perdido
Que não mais poderá ser encontrado
Sou um sonho desfeito
Que tu querias ter vivido
Mas que se desfez ao vento
E se perdeu no tempo
Sou prisioneira dos teus sonhos
Transformado em pesadelos
E perdida entre dois mundos
Do presente e do passado
Então me ignoras simplesmente
E me deixa prisioneira
Oras sou um sonho
Por outras...o pior dos pesadelos