Elenara Stein Leitão
Um arquiteto tenta projetar espaços com razão e sensibilidade. Tenta transformar sonhos de vida em paredes e cores, luzes e nuances que se tornarão realizáveis com o passar das horas de um dia. Um arquiteto tenta conceber aquilo que se antevê apenas em sonhos.
Contadoras de histórias, nossas, de outras mulheres, de nossas mães e filhas, somos repositórios de vidas e esperanças. Abnegadas, cordatas, eficientes, inteligentes, somos a resposta de muitas indagações, a salvação de muitos problemas, a que resolve, a que socorre. Mesmo a custa de nossa força interna, de nossa seiva vital. Nosso grito interno que uiva, que grita e nos chama de volta ao lar ancestral que nos liga à lua, que nos faz sangrar em suor, sangue e lágrimas, força úmida que borbulha em nossas veias. Somos fé e colo, somos agasalho e abraço. Somos aconchego de carências alheias e respiramos fundo a nossa própria. Somos mulheres que gritam, mesmo que sem voz, que suspiram sonhos que jamais compartilharão, que são animal e instinto. Somos gente.
Arquitetura não tem rótulo. É sustentável se pensa no entorno, se aproveita materiais da região, se não faz terra arrasada e aproveita. Re-usa, não desperdiça. Arquitetura é conceito e não aparência.