Elder Costa
O marulhar das águas me deu acalento naquele momento de tanta angústia, eu sentia que minh"alma estava novamente lançando-se no fel da podridão. Embora eu permitisse suas emoções a sentença de meus ponderados pensamentos seriam cobrados em lágrimas quanto à noite. Seria eu o merecedor de tantas agruras? Já não bastando as trevas me corromperem. Oh, como pude eu deleitar me em arames tão farpados e profanos? Coração de mentira! Amaldiçoarei seus sentimentos até eu jazir em meu leito de morte. Se não serei merecedor do amor que os homens sentem, você tambem não será. Amordaçarei minha voz e sofrerei junto a meus sonhos exorcizados. Meu peito ferido não temas o que sentes! Nosso descanço eterno dançará, sob a putrefação de um inerme.
Ensadensa-me! Petrifique nossas palavras sobre os ouvidos das paredes cegas. Respire o fôlego suave da proteção. Me deixe guiar seus olhos até a afoga-los em minha fonte de víboras desprovidas de ética. Entre em meus pensamentos ponderados sem o hesitar de seus modos. Me leve até afortaleza de esdrúxulo do seu extinto simpático e me deixe destruir-lá. Não diga que é o fim, apenas, banhe-me em suas águas termais e cure as feridas feitas pelos gaviões em busca de carne!
Cordas! Cordas em minhas mãos. Seus movimentos têm o monopólio do cadáver. Ande, pule, sinta, quebre seu coração. Apresentando-se para as cadeiras vazias continue seu número. Enrrolado sem cor, sem medo, sem amor. Um homem na mão de outros, um boneco no peito de seu amor. Corte! Corte minhas mãos! Mas não deixe-me terminar o show. O refletor é venda. Onde está? O amor próprio que me salvou?
Há um momento em que para mim nem o escuro parece ser tão escuro. Nem o assassino parece gostar de carnificina. E que nem a morte tem corajem, de roubar vida de um miserável.
Amordaçado ele segue sem se importar com os sentimentos que batem na porta. Imóvel e descrente prossegue sobre as fendas agrurantes do desepero. O barulho! O barulho das batidas me assombra ao mesmo tempo em que cicatrizes traz. Persiste não aceitando o seu destino. Covarde porque não vociferou?! Insisti em condenar o corpo e a mente que lhe derão abrigo? Com essas batidas. Com esse palpitar. Toda vez que ela passar.
Rio de traças que envenena e desgraça e trapaça.
Corrente que prende e desprende lúcida como a gazela que mente.
Exatamente como a mente que tenta e também aumenta suficiente.
Não tente se não for do lado dos crentes.
Salgado e morno, como um peixe cru sem forno.
És o meu interno morteiro desprovido do sossego rotineiro.
Como o som das gorgulhas pelos peixe-agulhas do mar de batalhas profundas sem censura.
Nesse mar eu decidi navegar com meu corpo despido de incertezas. Meu pacto foi feito sobre o fragor da meia-noite onde o escuro acobertava minha escassa liberdade. No peito das pedras sou escravo, governado pelo oceano que pertence a mim. As marulhadas gritavam meu nome assim como os peixes gorgulhavam tão alto no meu ouvido! Me deixe sentir a água entrar nos meus pulmões, esqueça que sou seu súdito mortal e me mate nessa tempestade! Por favor lave minhas cicatrizes... Me deixe morrer, sim! Não me negue a paz. Só me dê mais um pouco do seu doce mar!
Amadurecimento não se rótula a idades, mas sim a tantos ossos quebrados, a tantos sorrisos roubados. Esse é um novo hoje, mas dessa vez estou acreditando no que as estrelas sussurram para mim. É tão complicado! E já cansei de ter que esconder as lágrimas com um espelho sujo. Dessa vez as palavras são pra mim, dessa vez, eu estou me amando mais que todos. Você se prende ao passado, mas onde estão suas chances..? Eu tenho passado por mudanças e você deveria fazer o mesmo. Como uma carta ao mar, se perdendo nas ondas da vida. Eu queria alguém que não existisse, eu queria o silêncio do mundo e eu desejo tudo de bom à quem me queimou. Eu fechei tantos ciclos por mim e faria tudo de novo! Olhe como eu cresci... Olhe como eu estou maduro... Ah! A vida tem me aberto os olhos e você deveria abrir os seus. Não tenho tempo para doar meu corpo, eu sangre demais para entender que as estrelas não são construídas da noite pro dia. O anjo do meu quarto me disse coisas lindas! E uma delas é que nunca é tarde pra mudar.
Tenho andado afastado de você. Trocando a comida pela sabotagem, pelas lágrimas quentes do domingo. Papai está bebendo no café da manhã, consigo escutar sua alma gritar, sua alma cair. Não me recordo das flores cinza e do cheiro do inferno. Acontece sempre que beijo o silêncio, acontece sempre que fujo das tolices desses jovens. Foi a pior mentira que escutei, foi a pior sensação que me fez sentir. E você está lá para me ver gritar, quando todos brilham suas estrelas enferrujadas, quando todos se gabam de sentimentos superficiais. Eu acreditei em você, mas sinto tudo quebrar aqui, tudo quebrar em milésimos. O meu grito vem com o silêncio, o meu florescer foi quando senti o peso da singularidade nos meus ossos. Tão alto essas merdas no meu ouvido! Tão alto quanto essa cobiça por prazer. A solidão está aqui e você quer ir? Eu estaria perdido se você me deixasse? Eu estaria tão ferrado se não quisesse sua amizade? Pois a vida está girando e não é para você... Não é para você.
Um pouco de dor, apenas isso é o que te peço, apenas isso é o que não queria. Estamos hoje com novos pensamentos, com questões que demoravam a eternidade para serem feitas. Se contigo levou parte de mim, eu também levei parte de ti, mas você ainda está aqui meu bem. A lua tem ensinado ao reflexo triste como abraçar a solidão e brilhar, mas ainda não consigo ser como os teus olhos. Tenho tido em minhas reflexões, nossas prosas, nossas lembranças infinitas, mas te digo que não sei ao certo onde errei... O riso das estrelas cantando tão alto aqui dentro, a sombra se esconde atrás do meu sorriso quebrado, estou congelando por debaixo da saudade. Encontrei abrigo atrás da minha mente, mas a suficiência é inexistente sem você, sem a mim. Sem lágrimas para derramar, eu levo a dor comigo até cobrar, até contar...
Sinto
Às vezes parace que nada sinto.
E na minha angústia pressinto.
Eu poderia ser todos, mas não consigo, não desisto.
Parece morto esse céu no meu véu, tantos caminhos e nenhum convenceu.
Vamos mergulhar no altar do meu estar por estar e deixar tudo faltar.
Às vezes isso pode ser uma conclusão sem ação, uma consequência da minha precipitação.
Em tornar ilusão, então.
Às vezes parece que tudo sinto e mais uma vez, (dessa vez) eu sinto.
Talvez seja isso mesmo.
Eu sou alguém com bagagens até demais.
Então me perdoe por desabar.
Eu sempre me preocupei em agradar, mas hoje eu só estou tentando me segurar.
Ainda existem perguntas sem respostas, então não ligue pro meu silêncio.
Considerações aos meus demônios de papel.
Eu sempre estou no céu eu nunca me esqueço, eu nunca deixo de sentir.
Quando tudo está escuro, cada gota se transforma em corredeira.
Não existem sombras para me esconder agora.
Estar na beira de um colapso e não gritar.
Pensar e respirar, me segurar e não chorar.
Talvez seja só isso o que eu sempre fui.
É o que eles veem, nada mais.
Eu sou uma peça sem quebra-cabeça,
girando e forçando o meu encaixe.
Tentando entender os barulhos a minha volta.
E mesmo assim, eles ainda cobram o que eu nunca pude pagar.
Me perdoe se eu não quiser falar.
Exedi o meu limite de sentir, exedi a minha forma de gritar.
E eu sinto muito se isso desagradar, mas se quiser ficar, pegue um lugar.
Se quiser ficar, entenda o meu lar.