Elaine Roberta
Forjei minha armadura, uma pluma feita de folhas em branco e o dedo firme sobre uma caneta, prontas para rasgarem a dor do meu silêncio.
Honre suas cicatrizes.
Elas são as marcas da sua jornada, os traços da sua força. Cada uma conta uma história de superação, de batalhas vencidas, de quedas e recomeços. São a prova de que você passou pelo fogo, e saiu ainda mais forte.
Doeu. Doeu tanto que transbordei em palavras, sinceras demais para serem ditas, duras demais para serem guardadas.
Rodei por um tempo no vazio das palavras. Elas, emudecidas, não diziam nada, e eu? imersa nos labirintos do meu silêncio, onde os pensamentos se embaralham. Mas hoje... Quase agora... Uma palavra ousada se atreveu a sussurrar em meu ouvido, quebrando o amargo do meu silêncio. Chamou isso de liberdade. Sigo, e cumpre minha sentença. O crime? Sentir demais. O único imperdoável, ou inafiançável.