Eduarda Bringmann
Tem vezes que me sinto atuando em algum filme de ação, as pessoas jogam as pedras e eu seguro-as com as mãos.
Meus sentimentos são os móveis mais pesados da casa, é preciso dois para carregá-los. Nunca fui uma pessoa materialista, mas confesso que tenho ficado paranoico com a minha mobília velha e sem mudança. Passei a observar minha casa. Poderia ter mudado a copa, a sala ou até mesmo o quarto. Resolvi mudar-me.
A vida é feita destes desencontros,
de amores sem essências
e toques insignificantes.
Toques exuberantes,
sem paixão,
só de um instante.
O peito é marcado,
por lembranças do passado
que atormentam sem razão.
Quando de repente,
a emoção toma conta da gente
e eu encontro teu retrato
guardado bem ao lado
de um coração amargurado
que te chama com paixão.
Destes desencontros só restam a certeza,
não existem desavenças
que impeçam nosso amor.
Este amor que surge assim,
do vazio
que preenche o coração
e que faz do teu sorriso
a construção da minha nação.
Quem dera se eu pudesse
sem pestanejar
segurar-te
despejando todos os meus sentimentos
Sei que ele bate aqui dentro
e mesmo sem ver
sinto que bate pelos corações
do mundo inteiro
Por isso ele continua batendo
porque atrelei ele ao melhor sentido da vida
nunca vi coração bater sem razão
e amar sem ter motivo