dudy
De madrugada a noite chora e o vento soluça. O cheiro da dama-da-noite invade a janela e me sufoca. Preciso falar, mas palavras não dizem tudo, não dizem nada. (dudy)
Dos meus cortes, sangue escorre. Assim vai até meu coração, uma prisão sem escapatória. Apesar de acostumada, o gosto amargo na garganta continua. "Não quero mais o fim", mas já faz parte de mim. (dudy)
Avistei um barco naufragando em meio ao oceano. Nele há uma alma que anda sem rumo, sem pé e muito menos chão. Pobre alma! Grita e devaneia em um caminho solitário, que não possui fim nem direção. Ela procura algo e não procura, enquanto afoga-se em angústia. (dudy)
Me sinto estranhamente bem em madrugadas. É como se eu pudesse ouvir apenas meu mundo, navegar no mar de minhas imaginações. Momento em que meu peito fica mais aberto e suscetível, momento que estou mais humano. (dudy)