Douglas Trindade
O que passa na tua rua?
Por esses traços em movimento
Há espaços para movimentos?
Ou o único movimento é o vento passando na rua?
Claro, movimentar o espaço é perigoso
Mexe com tudo, muda o jogo
Muda a rua, de rua muda
Para um lugar com força, expressão e argumento
Ideias pelas janelas da rua
Ideologia na esquina do consenso
Argumento na calçada cidadão
Cidadania pela rua movimento
Afinal, o que passa pela tua rua?
Pobre indivíduo, individado como só ele
É o destino, diaxo! O todo poderoso
Se soubesse que ia ser assim, não teria entrado na casa do cifrão
Só queria ter um lar, um cantinho para chamar de seu
Quanta hipocrisia ronda esse popular
Acreditou no anúncio e viu no que deu
Agora só resta rezar
E marcar na memória
O quanto um falso sorriso doeu
Essa é a verdade do país continental
Onde o malandro tem sempre seu lugar
No pesadelo de cada trabalhador
Inclusive no meu
Brilham como diamante
Os olhos destes amantes do dia
Por um instante, as joias são belas
Mas não amadas pelos olhos
Desses amantes da vida
O que vai ver amanhã?
As mesmas notícias dos mesmos defeitos?
Os mesmos sorrisos dos mesmos sujeitos?
A mesma preguiça sobre cada tropeço?
A mudança de hoje, mudou-se de novo
"Solicita-se coragem,
para poder alçar sonho"
Para rasgados costumes
Trago novas costuras
Feitas com linha cultura
De informar-se para só depois transformar
Há lugar para se acomodar em paz
Sem alugar a paz incomodada do mundo
Se tem pena de tudo
É uma pena não ter solução
É uma pena para cada questão
Aguenta apenado cidadão
A pena do cidadão
Pássaros não usam dicionário,
eles apenas voam e se entendem.
Quem será que os ensinou,
a não serem como a gente?
Me sinto distante desses seres racionais,
que não ligam se suas penas são diferentes dos demais…
A partir de hoje,
vou partir ontem em dois
e partir para o amanhã.
Pode-se inventar soluções
do que enfeitar problemas.