Don L
Ah, que saudade do que eu nunca mais vi
No fundo dos meus olhos
Será memo que eu me perdi
Pelos meus caminhos tortos
Uma frase muda o fim do filme
À frente a morte
Não ser uma fraude
Abutres aplaudem sob o sol forte
Exalta a humildade só
A vida manda ser forte
Porque eu andei por aí
Colecionando cicatriz
Transformando em pedras
Que ergui numa muralha
Entre o meu coração e o fio da navalha
Pro corte da carne
De qualquer canalha no frio da batalha
Tão temperado que ficou insípido
Tão bons modos que ficou inóspito
Tão colorido que ficou ridículo
Tão cheio que ficou um vazio nórdico
Enquanto você dorme, o tempo anda
Enquanto você anda, o tempo corre
Enquanto você corre, o tempo voa
A gente voa alto e o tempo não volta
Sem ninguém pelas ruas e as luzes on
Procurando algum bar
Uma ilusão
De rolê na cidade depois das três
Esse carro é um oasis e um harém
Pra mim tanto faz, porque o mundo jaz, louca
Pra quem provou o amargo o açúcar é mais doce
A noite é mais curta
E o minuto é mais louco
A paixão é mais pura e o amor é mais fogo
E eu paguei mais que o preço que é exposto
Mas pra não ter a vida fútil de sempre
Acordo com frio, puxo o cobertor
Sei que ela nem viu, mas me sabotou
E logo vem o sol e o despertador
Dizendo que é agora e o dia chegou
Então esqueço o sonho que acordei me lembrando
Pra lembrar dos sonhos que já tenho há vários anos
Quanto tempo eu tenho pra correr e a quanto?
Ah, que saudade do que eu nunca mais vi
No fundo dos meus olhos
Será mesmo que eu me perdi
Pelos meus caminhos tortos
Eu tô cheio desse vazio
Poluído por corpos
Eu não sou daqui
Minha alma é livre
E eu não me comporto
Eu quero minha fé de volta