Doce Carmen
Os dias passam e eu continuo sendo a mesma, minha vida continua a mesma, e meu humor continua o mesmo, a única coisa que altera são os meus problemas, eles sim aumentam.
O meu mau humor vem me trazendo complicações e atritos com a vida, os dias sombrios me fornecem solidão, e fazem com que tudo se oculte com apenas dois fones.
Você pensa em acreditar que é para sempre quando o coração quer sempre mais e a carne ajuda, mas será sempre assim, o coração sempre irá te entregar para qualquer adrenalina.
Eu sei que um dia irei olhar para trás e ver o quanto tudo isso aqui fez parte de mais uma de várias fases.
Estou cansada de estar sempre no mesmo lugar, ouvindo as mesmas músicas, escrevendo as mesmas palavras e pensando na tal luz que anda não apareceu, e sim, eu aguardo essa luz como um tudo nos meus dias. Minhas emoções sempre vão me entregar, e baby, até minha fisionomia entrega.
Chegou a hora de me ocupar com algo, e escolhi me ocupar escrevendo.Mesmo que eu algum dia vá ler isso, e rir de mim mesma.Mas acontece que eu não existo mais, não sou mais eu, não existo mais da mesma forma. E assim deixo meu humor cinza dominar, a força que existia aqui, está desaparecida. E no momento não há ninguém do meu lado, estou só por sinal. Na verdade já me acostumei com a solidão. Pensando bem, eu gosto assim, apesar de nem sempre ser uma boa escolha, apesar de nunca estar satisfeita comigo mesma. Vou continuar com o clichê, e sinceramente, existe uma parte em mim, que não existe mais. Está intacta há dores, pensamentos negativos, e insultos há mim mesma. Na verdade essa parte domina apenas 30% de mim. Quero mais. 100% de preferência. Procuro inspirações avulsas, sorrisos alheios, e uma boa música para me sentir bem. Não sou mais a mesma.
Bem, eu não sei onde e eu não sei quando, mas eu sei que nós vamos ser amantes novamente, eu vou te ver algum dia antes do fim, e vamos dançar na chuva sem olhar no relógio, vamos exalar felicidade no olhar, Oh querida, meu coração está em chamas por você,e eu ando bem machucado, mas estou me curando.
A saudade está naqueles pequenos ares que eu respirava há tempos atrás, ler um livro, requentar comidas, fumar dentro de um quadrado fechado sem janelas, acender incensos, lembrar que a poeira ainda existia, olhar para os lados e ver a vida em apenas uma forma geométrica, respirar ao som de Damien Rice e por fim virar amiga da minha querida solidão.
Eu construí um muro ao redor da minha solidão, do meu incrível e poderoso humor e do meu foco de sempre querer dias cinzas. É como se as fases da minha alma dessem uma recaída, e estou perdendo as forças. Busco motivos inexplicáveis e explicáveis por um suspiro inquieto e um suspiro quieto. Não faço rimas, poemas, versinhos e muito menos procuro combinar sentimentos em cada rascunho do tipo. Apenas frases aleatórias que a minha mente decide produzir para um momento comum como esse, sim baby, esse é comum. Viver se acostumando com situações diferentes me tornou isso aqui. Sinto pena da minha alma quando me refiro a momentos cinzas. É como se a cada pétala da minha rosa fosse caindo ao redor da minha solidão.
A solidão se tornou uma tempestade dentro da minha alma, minha desorganização está me acabando, mas continuo buscando inspirações e por fim acabo no mesmo lugar, meus passos sempre me levarão à mesma direção, e a cada dia, será esse o final, um eterno suspiro para cada missão não cumprida.
Acontece que eu vivo a base de recuperação, dias cinzas e as vezes um colo acolhedor. A vida me surpreende da pior maneira possível,pelo menos por dias eu queria viver intacta dessa bagunça na minha sanidade mental; acordar e ver como o dia está bonito, poder sorrir sem ao menos pensar nos prós e contras, olhar para o lado e respirar o ar da calma, me sentir livre por perceber que essa é apenas a realidade, no qual eu não aceito, mas toda essa rejeição passa despercebida por ter um enorme sorriso no rosto.
Tenho a capacidade inútil de achar o problema só em mim. Me pergunto o que faço ou fiz, se algum momento deixei a desejar pensamentos ou até mesmo ações. Esse negócio de amor dói mesmo e se você não se render totalmente, a dor só vai aumentar.
Venho procurando toda calmaria possível, mas não, agora não. Em pedacinhos tenho me reconstruir, me recomponho com o vento, a luz do sol e da lua. A força que tento obter é maior que qualquer sensação aleatória. Não sou a mesma.
Discursos e clichês aleatórios fazem parte desse ciclo, eu não aguento mais o poder que as pessoas tem sobre mim. É um soco brutal. Necessito urgente de aceitação. A cada decepção a mente vai tentando digerir a ideia de que na próxima, não haverá dor. Ilusões da mídia para fazer você se arriscar e tentar se envolver novamente.